Friday, March 6, 2015

Primeiro Filhos, Depois Herdeiros - 15 dezembro 2013

Minha amiga Yi Ying e a crianca de bochechas queimadas de frio


Casamento numa vila da China. Foto minha com os noivos

Primeiro Filhos, Depois Herdeiros



             O mesmo que Deus deu a Abraão através da promessa, Ele o deu a Cristo Jesus, o decendente prometido.

            Quando o Pai da Fé subiu ao monte Moriá, ele levou seu filho natural, Isaque. Mas a morte de Isaque não ia trazer vida, o sacrifício precisava ser o Cordeiro perfeito, sem pecado. O animal, que o próprio Deus providenciou, como um tipo de Cristo, seu próprio filho, substituiu então o filho de Abraão.

             Assim, quando Abraão desceu, ele trazia um Isaque redimido; figuradamente ele recebeu um Isaque recuperado da morte; ressuscitado. Isaque foi substituído pelo Cordeiro de Deus e a partir desse Isaque, figura de Cristo, foi gerada a verdadeira descendência espiritual de Abraão, que somos nós, a igreja dos redimidos, nascidos de novo.

             Gálatas 3.6 – “Considerem o exemplo de Abraão: Ele creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça”.

               Deus fêz promessas a Abraão e elas foram registradas num testamento imutável, pelo qual o próprio Deus jurou por si mesmo, como uma garantia de que seria cumprido.

              Deus é o autor das promessas e também o executor. Ele pede o sacrifício mas ele próprio se oferece como o sacrifício. Nada que seja gerado em nossa natureza corrompida pode frutificar de forma aceitável a Deus. Tudo deve ser passado pelo fogo do sacrifício; deve ser levado a cruz e filtrado através de Jesus Cristo. Somente o que tem vida de ressurreição em nós pode agradar a Deus e pode dar frutos de vida eterna, frutos que não perecem. A cruz que gera a morte do corpo do pecado, é a mesma que libera a verdadeira vida.
               
               Por meio de Abraão todas as nações da terra seriam abençoadas. Por meio de Cristo todas as nações foram abençoadas. “Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo” (I Jo 2.2).
Para que as bênçãos de Abraão chegassem até nós e as promessas de bênção fossem cumpridas, a maldição precisava ser removida do caminho, por Jesus Cristo. Só então a bênção pode nos alcançar e recebemos por fé a promessa do Espírito.

                 A Lei veio depois de já firmada a Aliança com Abraão. A Lei veio para auxiliar; para que a promessa do Messias pudesse ser cumprida (Gl 3.19).

                   Antes que viesse a fé em Jesus Cristo, estávamos sob a custódia da Lei (vss. 22,23).

           Primeiro ganhamos a condição de filhos, adotados através de Jesus Cristo, e depois, consequentemente nos tornamos herdeiros. Ou seja, por ser filhos, nos tornamos herdeiros  (vs.29).

                 Como filhos, recebemos o espírito de filiação que nos leva a clamar “Aba Pai”, papaizinho queridinho! A partir desse relacionamento de amor vamos nos tornar herdeiros dos bens de nosso Pai.

                  A primeira e maior promessa cumprida foi o derramar do Espírito Santo. Aquele que tem o Espírito é filho. Os filhos herdam os bens de seus pais. Mas o filho que ama seu pai, não quer que ele morra para ficar com a herança. O filho deseja o relacionamento com seu pai.



                  Como filhos de Deus devemos desejar nosso relacionamento de amor com Ele, sem estar interessados em primeiro lugar na herança. Muitos querem somente o que podem lucrar em Deus.

                   Paulo, o apóstolo, fala do “escândalo da cruz”. Jesus Cristo crucificado era e ainda é uma visão horrível! Ali fica visível a vergonha, a humilhação, a nudez, a realidade da morte e da maldição trazidas pelo pecado. O pecado e a destruição que ele trouxe, ficou exposta diante dos nossos olhos. Na cruz somos confrontados com a consequência de nosso pecado. Que visão horrível da punição que merecíamos! Forma cruel e humilhante de morrer.


                   Mas Jesus Cristo se fêz vergonha em nosso lugar. Ele viu a cruz como um meio de alcançar uma alegria imensa (Hb 12).


                    Porque a cruz era escândalo? A palavra escândalo significa coisa indecorosa; um estado de perplexa indignação das pessoas por causa de palavra ou ato reprovável; mal exemplo; ato que ofende o pudor e os sentimentos religiosos.


                    Como poderia o Messias, o “Filho de Deus”, ser crucificado de forma vergonhosa? Jesus Cristo estaria assim expondo seu Pai, o próprio Deus, ao escárnio público. Poderia o Deus perfeito ter gerado um filho para sua vergonha? Como poderia ser um deus maldito? Ele se fêz maldição em nosso lugar.

                    “... Ele, pela alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, deprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus”(Hb12.2). O que seria motivo para tamanha alegria? Podemos pensar em sete razões: Devolver o Reino a seu Pai; derrotar o inimigo de Deus; abrir a porta dos céus para nós; derrotar a morte e o inferno; nos reconciliar com o Pai; salvar toda a criação e dar filhos a Deus.

                    Nunca seríamos herdeiros por merecimento, por cumprir a lei. Somente somos herdeiros do Reino porque nos tornamos filhos, pela fé em Cristo que nos garante o Espírito prometido.




Thursday, March 5, 2015

Para que o Pai seja Glorificado - João 14

No Nepal na Vila Sisneri



















A missionária curtindo o netinho Marcos

 Há um lugar para se ir no reino do espírito. Esse lugar é ao mesmo tempo uma pessoa onde tudo existe: Deus.
“Não se turbe o vosso coração. Creiam em Deus, creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim eu não vos teria dito. Vou preparar-lhe lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver” (Jo 14.1-3).
Jesus foi e nos preparou habitação na presença de Deus. Ele foi e abriu as portas da mansão celestial.
O lugar é uma pessoa: Deus; o caminho também é uma pessoa: Jesus.
“Vocês conhecem o caminho para onde eu vou” (Jo 14.4), disse Jesus. Se conhecemos a Jesus Cristo, conhecemos o caminho, a verdade e a vida. O portão do Éden, o acesso à presença de Deus, voltou a se abrir, podemos retomar o caminho de volta à casa do Pai. A mentira de Satanás e todo seu esquema de engano foi desfeito pela Verdade e a morte derrotada pelo autor da vida eterna.
No diálogo com Felipe Jesus tenta explicar a ele o inexplicável: “Eu e o Pai somos um”. Isso só  faria sentido com o envio do Espírito da Verdade para dentro do nosso espírito renascido, no Dia do Pentencoste. “Naquele dia compreenderão que estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês” (Jo14.20).
As coisas da dimensão espiritual são assim mesmo: Só fazem sentido a partir da própria experiência.
O Senhor segue explicando: “Quem me vê, vê o Pai... As palavras que eu lhes digo não são apenas minhas” (Jo 14.9,10).
Jesus havia sido batizado pelo Espírito Santo logo no início de seu ministério. Ele foi o primeiro em todas as coisas. Na antiga aliança o Espírito somente pairava sobre os profetas e, mesmo sobre os discípulos, uma vez que a Nova Aliança só passa a vigorar a partir da morte do testador, o Messias. Quando Jesus fala do Conselheiro, o Espírito da verdade que seria enviado, disse que ele estava com os discípulos, mas então estaria em neles (Jo 14.17).
Se Jesus era habitado pelo Espírito, era habitado pelo Pai, porque a trindade é inseparável. Hoje nós também somos habitados pelo Pai, Filho e Espírito Santo. “... Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos e faremos nele morada” (Jo 14.23).
O Pai dividia, juntamente com o Espírito, o mesmo espaço de Jesus. Essa separação só foi necessária na morte de Jesus Cristo quando ele clamou: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?”.
Jesus afirma essa verdade de muitas maneiras. “ O filho nada pode fazer de si mesmo; só pode fazer o que vê o Pai fazendo. Porque o que o Pai faz, o filho também faz” (Jo 5.19).
Jesus era o mensageiro, o porta-voz. O Pai falava através de sua boca, atraindo as pessoas para ele mesmo e para Jesus: “Todos que ouvem o Pai e dele aprendem, vêem a mim” (Jo 6.45).
Cristo quer ser glorificado em nós.Ele quer dar glória ao Pai fazendo tudo o que perdirmos em seu nome: “E eu farei o que vocês pedirem em meu nome para que o Pai seja glorificado no Filho. O que vocês pedirem em meu nome, eu farei” (Jo 14.13,14).
Ele disse que faria obras ainda maiores porque estava subindo para o Pai e o Pai é maior que ele. Eu entendo essa afirmação no sentido de que quando Jesus estava preso ao seu corpo, nessa dimensão, ele ainda estava limitado. Agora, ele está na dimensão celestial e possui toda a autoridade, não só no céu, como na terra, porque recuperou o domínio usurpado por Satanás. Ele venceu toda a resistência do mal, completou sua obra. Por isso agora, habitando em nós, pode fazer coisas ainda maiores. E ele deseja fazê-lo! Até mesmo Cristo deseja ser frutífero, realizar suas obras para que o Pai seja glorificado no Filho.
Se o próprio Senhor deseja ser frutífero através de nossas vidas, nós também devemos ter o legítimo desejo de frutificar em seu nome, para que Deus seja glorificado. Se eu fico infrutífera, como Deus vai receber a glória?
Jesus disse que não buscava a glória para si mesmo, mas há quem a busque. Qual o risco de fazer parte desse segundo grupo?  Lúcifer quis roubar a glória para si mesmo e caiu pelo seu orgulho. Esse pecado entrou na natureza caída do homem. Como podemos estar protegidos da armadilha sutil do orgulho? Como podemos fazer as obras grandiosas do Senhor e ainda maiores, sem cair na tentação de se exaltar?
“Aquele que fala por si mesmo busca a sua própria glória, mas aquele que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro; não há nada de falso a seu respeito” (Jo 7.18).
Precisamos ter a mesma humildade de Jesus, que mesmo sendo Deus não se exaltou, mas se humilhou como servo (Fl 2).
Nabuconosor é um tipo interessante de rei que se exaltou como Deus e caiu de seu orgulho. Deus tratou com ele, e comeu capim como animal durante 7 anos, até que aprendeu a dar glória a Deus.
As mulheres de Israel, no Antigo Testamento, tinham uma obra que podiam realizar para dar glória a Deus: gerar o Messias.
Quando eram estéreis estavam impedidas de cumprir seu chamado maior.
A mulher, hoje, pode gerar o Cristo ressuscitado em muitas outras vidas. Podemos levar pessoas a Cristo; interceder pelo novo nascimento de muitos; curar enfermos, libertar os cativos  e ressuscitar os mortos.
Hoje, pelo Espírito de Deus que habita em nós, podemos fazer obras maiores que as de Jesus, pela presença vitoriosa dele em nós.
Tiago 2.18 diz: “Mostra-me a sua fé sem obras e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras”.
“Você pode ver que tanto a fé como as obras estaam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoadas pelas obras” (Tg 2.22). A fé foi tornada perfeita e completa, pelas obras.
Se nós agimos segundo o que cremos, pergunto: como temos agido?
O que nossas ações provam com relação à nossa fé?
Se cremos na Palavra de Deus e que ela é a verdade que nos liberta, então nossa obra será conhecer o melhor possível essa Palavra, como Deus ordenou a Josué....
Jesus disse que faríamos obras maiores que as dele SE crêssemos nele. Se cremos, deveríamos agir segundo essa a palavra.
Nossa primeira obra deve ser: Crer nele. Ter seus mandamentos e obedecê-los como prova de nosso amor.
O Senhor prometeu: “Aquele que me ama será amado por meu Pai e eu também o amarei e me revelarei a ele” (Jo 14.21).
Não tem como crer em alguém que não conhecemos. Por isso Jesus respondeu : “A obra de Deus é esta: Crer naquele que ele enviou” (Jo 6.29).
Crer nas palavras de Jesus significa se alimentar do pão enviado dos céus; seu corpo entregue por nós, em nosso lugar;  comer a porção do pão que anula o veneno do pecado.
“O Espírito é o que vivifica; a carne não produz nada. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida ” (Jo 14.63). Se alimentar de Jesus significa comer as suas palavras, digerir seus ensinos e absorver seu Espírito.
Judas comeu o pão embebido, símbolo do corpo de Jesus, para a sua própria condenação. Ele não cria que Jesus era o Cristo. Ele ouviu todos os ensinos do Mestre mas não creu.
Nós, como ele, podemos comer as Palavras de Deus, mas continuar descrendo nas verdades nela contida que estão sendo ensinadas, também comendo para nossa condenação.Se ouvimos e não cremos, não obedecemos, isso nos torna piores do que se não tivéssemos escutado.
A obra de Judas, traindo Jesus, mostrou onde estava a sua fé, e o quanto ele não cria.
“Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele. Aquele que não me ama, não obedece às minhas palavras. Estas palavras que vocês estão ouvindo não são minhas, são do meu Pai que me enviou” (Jo 6.23).
O capítulo que segue é Joao 15 onde Jesus se compara à videira. Ele diz que devemos permanecer nele como o ramo ligado à vide. Permanecer em Cristo é obedecer o mandamento do amor: dar a vida por outros. Permanecer nele fala de uma posição, um lugar em seu corpo. Crer não é fazer. Crer é permitir que ele faça através de nossas vidas, por causa do amor. Da mesma forma, Jesus permitiu que o Pai fizesse suas obras através dele.
“É preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e faço o que ele me ordenou” (Jo 14.31).
 “Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto” (Jo 15.8).
“E eu farei o que vocês me pedirem em meu nome para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13).
O Filho queria glorificar o Pai, dar a glória, honrar e fazer seu Pai respeitado e reconhecido como o Deus todo Poderoso.
Como glorificar o Pai? “Eu farei o que vocês me pedirem para que o Pai seja glorificado” (Jo 14.13). Ele não está falando de pedir coisas com objetivo egoísta e, sim, pedir coisas que expandam o Reino de Deus.
“Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste a fazer” (Jo 17.4). Podemos dizer como Jesus ao final de nossa carreira: Pai, eu te glorifiquei fazendo as obras de seu Filho aqui na terra e cumprindo o meu chamado.
 Senhor,
Me capacita a te obedecer, Me ensina o caminho da rendição total. Me conhece de maneira completa e me faz te conhecer, de tal maneira que eu me perca em ti e só possa encontrar a ti, num ato de amor, intimidade, prazer e realização total enquanto nos tornamos um, somente Um.