Saturday, September 21, 2013

Jogue Jonas de Seu Barco

Jogue Jonas de Seu Barco
Os fariseus e mestres da lei vieram a Jesus pedindo um sinal milagroso que confirmasse seu ministério profético e a palavra que pregava exortando-os ao arrependimento. O Senhor responde: “Uma geração perversa e adúltera pede um sinal milagroso. Mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal do profeta Jonas. Pois assim como o profeta Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um grade peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noitesno coração da terra.(Mt 12.39,40)”
Que Palavra! Uma pessoa perversa é alguém cruel, vil, maldoso, deshumano,feroz e ruim. O dicionário acrescenta ainda outros sinônimos. Para adúltero traz os seguintes significados:falso, corrupto, deturpado. Para uma geração com essas característica não haveria nenhum sinal milagroso que suficientemente forte para que cressem em Jesus e se arrependessem. O único sinal que poderia funcionar seria o do profeta Jonas.
Na verdade, o que o Senhor chamou de ‘sinal de Jonas’ foi uma referência ao que ele próprio teria que passar para a salvação da humanidade. Jonas, da mesma maneira, teve que passar por aquela experiência, antes que pudesse pregar com autoridade aos Ninivitas e ser ouvido por eles.
Logo após a realização de grandes sinais os fariseus começaram a interrogar Jesus e pô-lo à prova pedindo ‘um sinal dos céus’. Ao que ele, depois de um profundo suspiro, talvez de impaciência pela dureza de coração deles, respondeu: “Porque essa geração pede um sinal milagroso? (Mc 8.12)”. A frase ficou interrompida aí, enquanto em Mateus, Jesus teria prosseguido dizendo sobre o sinal de Jonas.
Jonas é uma figura bem contraditória. Enquanto ele dormia traquilamente no porão, o navio afundava (Jn 1.5b). Você pode acreditar nisso?  A consciência dele deveria estar tão pesada ao ponto de afundar realmente o barco, mas a Palavra diz que ele estava tranquilo  e indiferente à fatalidade que estava provocando com sua presença. Ele dormia, ao invés de cumprir seu chamado, de obedecer ao comando de Deus. Como resultado ele estava arriscando a próprio vida, mas, mais que isso, estava matando a todos que estavam com ele, ainda que involuntariamente. As pessoas do navio não se ajuntaram a ele, mas o contrário: Jonas se ajuntou a elas sem se identificar. Em vez de bênção ele era uma maldição!
Existem muitos cristãos assim no nosso meio. Estão em rebeldia, fora do centro da vontade de Deus, afundando o barco enquanto permanecem insensíveis, como se não tivessem qualquer responsabilidade na confusão e morte que vão gerando no corpo de Cristo.
Eles acabam descobrindo o mal feito de Jonas e querem saber o que ele faz, de onde vem, sua nacionalidade. Ele então se declara: “ Eu sou hebreu e um adorador do Senhor, o Deus dos céus que fêz o mar e a terra (Jn 1.9)”. A tripulação do navio não sabe o que fazer enquanto o mar fica cada vez mais agitado. É curioso que querem ouvir de Jonas a solução do problema, que ele mesmo criou. O Profeta então sugere que o segurem e lancem ao mar. Num ato de misericórdia e temendo tirar a vida de um inocente, eles se recusam a fazer isso. Ainda tentam manter o ‘rebelde’ a bordo do navio, mas por fim,  ou morriam todos, ou morria Jonas.
Porque Jonas mesmo não se jogou no mar se ele sabia que isso deveria ser feito? Eu creio que existe um Jonas dentro de cada pessoa que resiste ao chamado Deus. Jonas é a rebeldia que precisa ser removida e que não vai sair sem ser agarrada e lançada fora para morrer. Quando isso aconteceu, imediamente o navio pode seguir seu curso seguro e sem problemas. “Os marinheiros foram tomados de grande temor ao Senhor, ofereceram sacrifícios e se comprometeram por meio de votos (Jn1.16)”. A unção para levar o povo de Nínive ao arrependimento já devia estar depositada sobre Jonas, porque agiu sobre toda a tripulação do navio.
Lançado ao mar, ele teve a experiência que prefigura a morte e ressurreição de Jesus Cristo. No capítulo dois podemos extrair algumas falas: “Jogaste-me nas profundezas; Fui expulso da tua presença; Afundei até chegar aos fundamentos dos montes; à terra embaixo, cujas trancas me aprisionaram para sempre. Mas tu trouxestes a minha vida de volta da sepultura, ó Senhor, meu Deus!”.
Jonas O Profeta-Intercessor - A Identificação
A história do profeta Jonas se resume a apenas quatro capítulos pequenos mas é surpreendente no ensino que ela pode nos trazer.
Ele ficou com a fama do profeta teimoso que não queria anunciar o juízo de Deus sobre o seus inimigos ninivitas, inimigos de Israel. Ele devia entregar a mensagem mas, não queria fazê-lo porque seu coração se inclinava para a raiva e não para o amor. Até o final da história ele se mostra zangado e mal humorado, discordando do modo de agir Deus.
Porque ele não queria levar a advertência de Deus a Nínive? Ele mesmo responde a essa pergunta no capítulo 4:1,2 - Com isso desgostou-se Jonas extremamente, e ficou irado. E orou ao Senhor e disse: Ah! Senhor! Não foi isso que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso me adiantie, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente e misericordioso, tardio em irar-se e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver.
Jonas sabia que o povo poderia se arrepender e, Deus poderia perdoar e, ele queria vê-los castigados pelas maldades que haviam cometido, inclusive e, principalmente contra os judeus.
Como foi que Deus precisou trabalhar com seu servo para que ele se dispusesse a cumprir a missão que lhe fora designada? Era preciso que ele fosse conscientizado da importância e necessidade de sua missão e das conseqüências graves e eternas que o povo de Nínive estava para sofrer.
No primeiro capítulo Deus faz que Jonas entenda que a vontade Dele era mais forte que a sua. A tempestade se levanta no caminho do profeta fazendo que ele seja jogado de volta ao rumo certo.
Quantas tempestades se levantam em nossas vidas sob permissão de Deus para dobrar nossa vontade rebelde aos planos de Deus? Esse foi o caso de Jonas. Além de lançado fora do barco, frustrado em sua intenção de fuga, foi parar no ventre do grande peixe para piorar sua situação. Uma vez no ventre do peixe ele, quebrantado, volta a clamar ao Senhor em desespero para que Deus o socorra na sua angústia. Ele estava naquela situação porque havia desobedecido ao Senhor e sabia que era por permissão do próprio Deus que se encontrava em aperto.
Pois me lançastes no profundo do coração dos mares, e a corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e tuas vagas passaram por cima de mim. As águas me cercaram até à alma, o abismo me rodeou; e as algas se enrolaram na minha cabeça até aos fundamentos dos montes. Desci até à terra, cujos ferrolhos se correram sobre mim para sempre;...(Jn 2.3,5,6)”
Esse abismo a que Jonas se referiu era o Seol lugar dos mortos. Deus permitiu que ele chegasse às portas do inferno. Ele quase morreu e a agonia dele é que estava lançado de diante dos olhos do Senhor e não poderia mais ver seu santo templo (Jn 2.4). Creio que esta foi também a maior agonia de Jesus: ser separado do Pai e do Espírito.
Agora começava a entender de forma bastante contundente o destino que aguardava o povo de Nínive quando estivesse debaixo do juízo de Deus, como ele próprio estava naquele momento. Jonas pode compreender a dimensão do inferno, seu significado e o horror da morte eterna.
Quando ele estava perdendo a esperança se lembrou do Senhor, sentiu forças para orar. E como foi que ele orou? Reconhecendo que também era pecador como o povo de Nínive que ele tanto condenava: Os que se entregam à idolatria vã abandonam aquele que lhes é misericordioso. Mas com a voz do agradecimento eu te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao Senhor pertence a salvação! (Jn 2.8,9)
Deus permitiu que Jonas vivesse essa experiência para que pudesse se identificar com os pagãos de Nínive. Agora ele conhecia na própria pele o destino que lhes aguardava, caso ele se recusasse a advertí-los e pode então cumprir sua tarefa com eficiência. Jonas falava do que conhecia, falava do que estava cheio o seu coração: o pavor da morte. Talvez, por isso mesmo, ele tenha sido o profeta mais bem sucedido da Bíblia. Sua voz foi ouvida e crida no meio do povo que tratou de se humilhar e se arrepender na presença de Deus. Os ninivitas creram em Deus; e proclamaram um jejum nacional do maior ao menor incluindo os animais, que deveriam ficar até mesmo sem água e também cobertos com pano de saco.
Deus permite também em nossas vidas, muitas experiências terríveis, mas, tem o poder de transformá-las em instrumento para nosso aprendizado. Sofrendo, somos capazes de nos identificar com o sofrimento alheio, ficamos menos severos e fariseus com relação aos outros. Deixamos de lado nossa justiça própria; somos convencidos de que nosso pecado é tão grande quanto o das pessoas as quais temos a tendência de julgar e condenar. É na medida em que entendemos que somos carentes e necessitados da misericórdia de Deus e experimentamos essa misericórdia é que passamos a estender essa mesma imensa misericórdia aos homens perdidos, aos povos idólatras e aos nossos perseguidores e perseguidores da Igreja de Jesus Cristo na terra.



Saturday, January 26, 2013

Poema 'Mãos Vazias'


A beleza de Monte Verde-MG
Marcia, numa grande represa em Qing Hai, na China
Contemplava as montanhas dessa janela numa construção de barro
 na Vila Sisneri do Nepal
Mãos Vazias

Eu caminhei assim pela vida ...
Já sem esperança, sem nada compreender fui vendo todos os meus sonhos se desfazerem.
Um a um,
todos os meus mais preciosos brinquedos me foram sendo tomados;
E eu chorava vendo se desfazerem toda as minhas ilusões.
Minhas mãos ficaram finalmente vazias...
Naquele momento, quando pensei que a tristeza consumiria meus dias
Ouvi sua voz a me chamar dizendo:
Filha, estende para mim as tuas mãos.
Você começou a enchê-las, e a enchê-las até eu não poder mais conter todos  aqueles tesouros!
E foi naquele momento, e só então,  que pude perceber ...
Que o Senhor jamais poderia encher mãos, que não estivessem vazias!
Texto recuperado em sua mensagem de autor desconhecido.
Márcia Martins



Thursday, January 3, 2013

Avivamento em Ranchi - India






Marcia e Pr. Daniel em Orissa-India


Pregando num Seminário Bíblico 
em Rachi-India


Marcia numa muuito quente reunião de jovens 
em Ranchi (India), Pr. Rakeshi


Entregando Bíblias e Certificados do Curso sobre Trindade
 de uma equipe americana na India 


Numa favela em Delhi, inaugurando o início de 
mais um trabalho  evangelístico da Pra. Mona


Esse domingo em Ranchi, India, preguei pela manha e à tarde. 
Hoje, segunda, dei aula no Seminario Bíblico por umas duas horas e meia. Foi uma delícia. Amo ensinar a Palavra de Deus. A energia elétrica acabou depois de um tempo, mas fomos em frente, mesmo sem ventilador, nos encharcando de suor.
Depois de tarde dei a palavra de ensino na reuniao das meninas aqui na casa onde me hospedo.
Domingo pela manhã  a reuniao aconteceu com todos  “assentados no chao” - umas quarenta pessoas numa sala calourenta. Preguei na uncao, o louvor fluiu de maneira tremenda. Os seminaristas, batizados com o Espírito Santo, estavam transbordantes. Entreguei uma palavra profética em que Deus dava um aviso de que estaria comecando um avivamento, algo novo no meio deles. Por isso não poderiam entristecer o Espirito com divisão, pecados, etc. Enquanto falava,o demônio se manifestou  num dos seminaristas .
No culto da tarde, a Palavra também veio tremenda. 

Depois das 18 hs fomos para um culto à noite, numa vila fora da cidade.
No meio do caminho dois rapazes de moto nos esperavam para nos guiar. Estávamos em duas vans pequenas tipo Fiorino que eles usam aqui. Começou chover e tivemos que parar até que os rapazes na moto pudessem se mover novamente. 
Quando chegamos, entramos num lugar iluminado só por velas. Tinha acabado a energia e o local estava cheio de pessoas assentadas no chão. Difícil explicar. A lama encharcada dificultava deixar os sapatos e entrar. Minha sandália não soltava do meu pé, e o Rakeshi que vinha atrás começou a chutar o salto dela pra ajudar a sair. Assim que, quando subi de quatro pra cima da cama dura, a criançada caiu numa risada geral.
O local era cumprido e estreito com telhado tipico das roças. O calor dentro era infame e os pernilongos sem misericórdia. Toda a nossa equipe ocupou o local de maior privilégio:  Em cima de uma cama de casal nos assentamos com as pernas encolhidas, estilo indiano, 14 pessoas.
O Rakeshi, pastor que me hospeda, pregou em Hindi e quando encerrou, nos deram ramalhetes de flores. A chuva havia parado, então ajuntaram duas mesas de madeira cumpridas, ao estilo rural, para nos servir o jantar, ainda a luz de esparsas velas. Tentei fotografar, em vão, muito escuro.
Pronta a mesa, saímos para encontrar minha sandália totalmente perdida na lama. Um dos meninos buscou um caneco de água enquanto outro lavava-a para que eu pudesse me calçar novamente. Sai da casa amparada pelo Wallan (brasileiro) que me ajudou a ir pisando nas pedras até alcançar a minha cadeira, afundando os pés na lama fofa novamente. Assim nos foi servido o jantar, em meio ao lamaçal, com todo carinho e gentileza dos irmãos que haviam preparado uma festa. Eles estavam oficializando aquele lugar como igreja com vias a construir depois um local próprio de reunião.
Comi um pouquinho e com minha fiel garrafa d’agua molhei meu lenço e limpei a boca que ardia pegando fogo e também as mãos amareladas pelo eterno pó de tamarindo da culinária indiana.

Felizmente voltamos a salvo pra casa e, antes mesmo do banho, lavei a lama espessa da sandália que já usei no dia seguinte pela manhã. Lógico que acabei sendo o maior motivo de divertimento da turma.
Nas ruas de Ranchi, Distrito de Jarkanda na India
Pregando em ingles com tradução em Hindi, 
ainda em Ranchi, Igreja do Pr. Rakeshi