Reflexões ...... numa base de treinamento missionário
Diga-me com quem andas e te direi quem tu és. Esse é um ditado popular que pode ser
encontrado em muitas versões no livro de Provérbios e mesmo o Salmo primeiro,
em seu primeiro versículo confirma: “Bem-aventurado
o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos
pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.”
Somos influenciados pelo meio onde convivemos; isso é certo e
sabido. E somos mais influenciados pelas pessoas com as quais caminhamos. “Andaram dois juntos se não houver acordo
entre eles?” (Amós 3:3).
Quando Pedro falava, os líderes religiosos comentaram em Atos 4:13: “Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens
iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam estado eles com
Jesus”.
Tenho andado com pessoas que estão indo para algum lugar do mundo.
Todas elas têm um alvo: chegar até um povo necessitado de resgate.
Para isso é necessário uma equipe onde cada um seja responsável pela
sobrevivência do outro. Esse tipo de responsabilidade mútua se torna uma
proteção para a vida de cada um.
O bem estar e sobrevivência de cada guerreiro na frente de batalha,
depende do seu companheiro.
Se deixarmos alguém para trás, poderemos ser o próximo a ter o mesmo
destino.
Estamos aqui numa estação intermediária, rumo ao pico mais alto da
montanha. Lá embaixo o mundo dos seres humanos que vão e vêem no seu frenético
dia a dia como formigas de um grande formigueiro empenhadas em tarefas nem
sempre compreensíveis para nós.
Aqui, desse ponto de vista, do “lugar” onde estamos, somos como as
cigarras que cantam uma canção diferente.
Aliás, se quiséssemos comparar, como cristãos, somos as cigarrinhas
de Deus criadas para o seu louvor.
Estamos aqui, num Monte Verde. Natureza luxuriante. É primavera,
muito céu azul e flores salpicando o verde predominante da paisagem. Podemos
olhar: para trás de nós, deixamos um mundo barulhento, chamativo, atrativo,
argumentativo, sedutor, de muitas propostas e opções. Pela frente, desertos.
Desertos sem fim de mundo de gente seca de vida. Não por escolha ou opção, mas
por falta de fontes que possam jorrar a água da vida para eles. Nós somos essas
fontes, diz a palavra no Salmo 84:6 – “ ... o qual passando pelo vale árido, faz
dele um manancial...” E Jesus em João 7:38 – “ Quem crer em, como diz a
Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”.
Desertos; desertos a perder de vista com quase dois bilhões e meio
de grãos de areia: pessoas que precisam ser alcançadas pelo socorro enviado por
Deus, Jesus o Salvador, antes que se precipitem no abismo da ausência eterna de
Deus.
Já não olhamos para trás quando chegamos aqui. Cessou a tentação de
encontrar um outro caminho, uma variante. Só nos resta o que segue em frente,
para a frente, rumo ao alvo tão querido e desejado: alcançar aquilo pelo que
também fomos alcançados por Deus: nossa vocação de alcançar os inalcançados.
Aqui, estamos todos com os bilhetes comprados para algum destino: um
desafio.
É verdade que nem todos os bilhetes estão quitados, mas a reserva já
foi feita e esperamos pelo sinal verde para chegar lá.
Temos em comum um destino, um chamado de nunca mais calar, que nos
empurra, impulsiona e puxa a cada dia com a certeza crescente de que vamos
conseguir.
As pontes que atravessamos, o próprio Senhor tratou de destruir
atrás de nós, porque quem põe a mão no arado não pode olhar para trás. (ref.)
Não tem caminho de volta. O caminho é só de ida, e ele é Jesus que vai
caminhando à nossa frente abrindo espaço para que possamos passar com Sua
Palavra de vida.
Daqui, para se chegar ao povo que se quer, só mais uma única e
derradeira ponte. Será feita pela cruz que carregamos conosco. Se antes não a
deixarmos para trás, vamos descobrir que ela será, a cruz, o único meio de passarmos
daqui para acolá. Se maior a cruz, quem sabe mais longe poderemos chegar com a
loucura da pregação!
Quem poderia acreditar que ainda hoje existam pessoas capazes de dar
sua vida por pessoas que nem sequer conhecem?
Como diz em Hebreus: “ Homens (mulheres) dos quais o mundo não é
digno....”.
Como explicar? É o amor! Essa força maior e motivadora,
inexplicável, que tem nome de Jesus. Servir e ver a vida vencer a morte e o
deserto florir.
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