Friday, April 15, 2016

Sábado de Carnaval

Marcia no Nepal

Todos se foram. Muitos para os acampamentos de Carnaval das Igrejas. Outros foram para os sítios. Alguns, ainda ficaram, estão com suas famílias em casa.
Meus filhos foram para a praia com o pai. Estou de novo e, mais uma vez, total e completamente só! Amigos, não tenho nenhum. Colegas, não os tenho também. Igreja, não tenho uma relação de identificação com ela.
Colegas de trabalho, só os do Ministério SMB (minhas próprias irmãs, que têm suas famílias).
Será que ocupo o pensamento de uma pessoa sequer neste mundo neste momento?
Não tenho vontade de forçar relacionamentos e estabelecer amizades apenas para fugir à solidão. Creio que estas coisas acontecem de forma espontânea.
Não tenho dinheiro, nem iniciativa para ir a qualquer lugar. Minha vida está entregue ao Senhor e eu espero N’Ele, que se mova, que me mostre como e onde quer que eu vá e com que recurso. Meus filhos estarão fora por 10 dias – tanta coisa gostaria de fazer, de viver, mas estou aqui, entregue a esta solidão, SOLIDÃO.
Se ao menos eu pudesse ver os anjos ao meu redor, se a presença de Jesus me preenchesse ... Sim, porque tenho em mim um vazio. Uma expectativa apenas, sem sonhar. Sem sonhos, sem ideais, sem planos, sem projetos, sem iniciativa própria ... Estou aqui, estou aqui, e é só. Para preencher de qualquer forma, não quero.
Só tem um lugar que me satisfaz, só tem uma resposta para minha inquietação, só tem uma resposta para a minha inquietação, só tem uma coisa só, capaz de completar o meu ser, de secar minhas lágrimas, de fazer com que esta vida tenha sentido. Às vezes clamo ao Senhor, que eu morra logo! Não quero mais lutar ... Outras, posso ante-viver o Reino dos Céus.
Assim, falando sem eco, ameaça-me a depressão. Não há motivos para se entristecer, não há motivos para se alegrar nessa vida. Os motivos não existem, pouco interessam. O homem se alegra e se entristece sem que para isso concorram as razões; a razão nada tem a ver com a alma. Eis que minha alma está triste; triste e só, por onde andará o meu amado, que me deixou aqui a lamentar neste deserto, enquanto o sol causticante castiga-me a cabeça. O Seu amor, só o Seu amor é capaz de desedentar-me! Racha-me a pele das faces, enrugam-me as feiçoes todas e a velhice me alcança. Abrem-se sulcos em meu rosto, envelheço-me toda enquanto cavo a buscar, ando a buscar, choro a buscar, o Teu amor mais precioso que o fôlego do meu respirar. Não sei porque ainda Te escondes de mim ...
Minh’alma tem um grito;
um grito minh’alma tem;
porque de mim Tu te escondes;
e eu fico aqui sem ninguém.
Um choro eu tenho retido
E não mostro pra ninguém
O quanto tenho sofrido

Vou dormir que é alento
Para toda aflição
De sono já não aguento
São 2:30h da tarde então.

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