Marcia no Nepal
Todos se foram. Muitos para os acampamentos de
Carnaval das Igrejas. Outros foram para os sítios. Alguns, ainda ficaram, estão
com suas famílias em casa.
Meus filhos foram
para a praia com o pai. Estou de novo e, mais uma vez, total e completamente
só! Amigos, não tenho nenhum. Colegas, não os tenho também. Igreja, não tenho
uma relação de identificação com ela.
Colegas de trabalho,
só os do Ministério SMB (minhas próprias irmãs, que têm suas famílias).
Será que ocupo o
pensamento de uma pessoa sequer neste mundo neste momento?
Não tenho vontade de
forçar relacionamentos e estabelecer amizades apenas para fugir à solidão.
Creio que estas coisas acontecem de forma espontânea.
Não tenho dinheiro,
nem iniciativa para ir a qualquer lugar. Minha vida está entregue ao Senhor e
eu espero N’Ele, que se mova, que me mostre como e onde quer que eu vá e com
que recurso. Meus filhos estarão fora por 10 dias – tanta coisa gostaria de
fazer, de viver, mas estou aqui, entregue a esta solidão, SOLIDÃO.
Se ao menos eu
pudesse ver os anjos ao meu redor, se a presença de Jesus me preenchesse ...
Sim, porque tenho em mim um vazio. Uma expectativa apenas, sem sonhar. Sem
sonhos, sem ideais, sem planos, sem projetos, sem iniciativa própria ... Estou
aqui, estou aqui, e é só. Para preencher de qualquer forma, não quero.
Só tem um lugar que
me satisfaz, só tem uma resposta para minha inquietação, só tem uma resposta
para a minha inquietação, só tem uma coisa só, capaz de completar o meu ser, de
secar minhas lágrimas, de fazer com que esta vida tenha sentido. Às vezes clamo
ao Senhor, que eu morra logo! Não quero mais lutar ... Outras, posso ante-viver
o Reino dos Céus.
Assim, falando sem
eco, ameaça-me a depressão. Não há motivos para se entristecer, não há motivos
para se alegrar nessa vida. Os motivos não existem, pouco interessam. O homem
se alegra e se entristece sem que para isso concorram as razões; a razão nada
tem a ver com a alma. Eis que minha alma está triste; triste e só, por onde
andará o meu amado, que me deixou aqui a lamentar neste deserto, enquanto o sol
causticante castiga-me a cabeça. O Seu amor, só o Seu amor é capaz de
desedentar-me! Racha-me a pele das faces, enrugam-me as feiçoes todas e a
velhice me alcança. Abrem-se sulcos em meu rosto, envelheço-me toda enquanto
cavo a buscar, ando a buscar, choro a buscar, o Teu amor mais precioso que o
fôlego do meu respirar. Não sei porque ainda Te escondes de mim ...
Minh’alma tem um
grito;
um grito minh’alma
tem;
porque de mim Tu te
escondes;
e eu fico aqui sem
ninguém.
Um choro eu tenho
retido
E não mostro pra
ninguém
O quanto tenho
sofrido
Vou dormir que é
alento
Para toda aflição
De sono já não
aguento
São 2:30h da tarde
então.
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