Thursday, September 18, 2014

A Falsa Adoração e o Adultério

Missionaria acidentada no Nepal
Nao andava há um ano

Recebe a cura em nome de Jesus Cristo








A Falsa Adoração e o Adultério

O capítulo sete de Provérbios vai falar sobre a adúltera. O adultério físico  começa com um adultério espiritual. “Vem, saciemo-nos de amores até à manhã; alegremo-nos com amores. Porque o marido não está em casa; foi fazer uma longa viagem. Levou na sua mão um saquitel de dinheiro; voltará para casa só no dia marcado” (Pv 7.18-20).
Quando se diz que um produto ou medicamento foi adulterado, o que isso significa? Significa que ele tem a aparência do original, mas seu conteúdo foi modificado e, portanto, seus efeitos não vão ser os esperados. Jesus mesmo disse que se conhecesse a árvore pelos seus frutos. E que ele não se deixava enganar pela aparência, pela embalagem.
A mulher Samaritana é um bom exemplo do que estamos falando. Ela já tinha cinco maridos e estava com um sexto homem, e quando Jesus expõe seu adultério ela alega que estava buscando o verdadeiro “lugar da adoração”. Ela não conhecia o verdadeiro amor de Deus. Sua geração havia aprendido a adorar no monte de Samaria, local onde havia o culto ao bezerro, um culto que fora adulterado há muito tempo atrás.
Sua adoração adulterada não satisfazia a sua fome de Deus e por isso ela estava buscando outras fontes de satisfação e prazer.
Hoje, tudo no mundo é maquiado, é aparência. A própria mídia exalta os padrões de beleza, e famosos são os de boa aparência. Os próprios artistas são vítimas de seu engano. Atrás do conteúdo, mudam de parceiros vez após outra, ao descobrir que por detrás da embalagem, o produto estava adulterado. Que decepção!
A língua é a porta externa por onde deságua o coração do homem, o que tem dentro de si será manifesto no seu falar, vida ou morte está no poder da língua (Pv 18.22); e a boca fala do que está cheio o coração ( Mt 12.34b).
O falar do adúltero é cheio de sedução, lisonja e promessas de falsa segurança. Enquanto a adúltera se oferece aos que passam, a Sabedoria está no oculto, dentro da casa, precisa ser buscada conforme diz em Provérbios 8.34: “Feliz o homem que me dá ouvidos, velando dia a dia à minhas portas, esperando às ombreiras de minha entrada”.
Precisamos observar os frutos, além das enganosas aparências. O espírito religioso é o espírito do engano. Adultera o verdadeiro mover e simula o verdadeiro trabalhar do Espírito de Deus nas vidas. O produto final é perdição e não salvação; são frutos da carne e não o fruto do Espírito de Gálatas 5.22, o amor com todos os seus sabores.
 Satanás fez esse jogo de sedução com Eva. Ela viu a aparência do fruto que era sedutora e comeu, mas o conteúdo era a morte. Se estamos nas veredas da Verdade, andamos com o Espírito da Verdade, andamos na luz da Sabedoria de Deus.
Romanos 1:18 – “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm (impedem) a verdade pela injustiça”.
Esse texto de Romanos segue explicando que a ira de Deus foi acesa pela idolatria do homem que não deu a devida glória a Deus e em conseqüência foram entregues por Ele, ao domínio de seus próprios pecados, especialmente de impureza sexual. Fabricamos deuses à semelhança do homem, que podemos controlar conforme a nossa vontade e nossa necessidade. A tentativa mais comum de substituir a Verdade pela Mentira é trocar o amor verdadeiro de Deus, pelo sexo. Temos o exemplo bíblico da mulher samaritana. Ela já estava no seu sexto parceiro na tentativa de extravasar sua adoração.
Porque o instinto de adorar levou o povo de Israel a fabricar o bezerro de ouro no deserto, num culto que terminou em orgia sexual? Porque a existência das prostitutas cultuais e tantas práticas libertinas na adoração aos ídolos pagãos? No capítulo dezesseis de Ezequiel, o Senhor fala do povo de Israel como se fosse uma mulher. Ezequiel 16.17: “Fizestes estátuas de homens e te prostituístes com elas”. No versículo 24, o Senhor chama os altares de adoração aos ídolos de prostíbulos (locais de prostituição sexual).
A idolatria através do sexo é tão grave, que no Antigo Testamento, os adúlteros eram apedrejados (Lv 20.10; Dt 22.22-24).
No capítulo oito do Evangelho de João, vemos o caso da mulher fragada em adultério, levada a Jesus para ser apedrejada, conforme a Lei de Moisés. Jesus desafiou os presentes: “quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra” (Jo 8.7). Todos foram saindo, um a um, a começar dos mais velhos, ou seja, aqueles que deveriam dar um exemplo de santidade. Nesse caso, entendemos que todo o Israel estava passível de sofrer a punição, o julgamento, o apedrejamento. À excessão  do remanescente fiel, eles tropeçaram na “pedra de tropeço” (Is 8.14,15, 28.16).
No texto de Mateus 21.44 Jesus adverte que “quem cair sobre a pedra, ficará em pedaços e aquele sobre quem ela cair, ficará reduzido a pó”. Como consequência por terem rejeitado o Messias, parte desse juízo veio sobre o povo, no ano 70 dC: o general romano Tito,  moveu o cerco à Jerusalém e eles terminaram dispersos entre as nações, como um pó assoprado pelo vento.
“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!” (Mt 23.37)
Jesus tentou ajuntá-los e protegê-los para que não fosse destruídos e dispersos. Eles, injustamente, apedrejaram os enviados de Deus, como fizeram com Estêvão, o primeiro mártir da Igreja, e terminaram eles próprios, debaixo de julgamento.
Esse apedrejamento era feito colocando-se o culpado sobre uma plataforma a uma distância do chão, correspondente à altura de dois homens. A primeira testemunha atirava uma pedra de bom tamanho nas costas da vítima que poderia cair. Se ainda estivesse viva, uma outra pedra, já deixada no local com essa finalidade, era atirada sobre seu coração. Essa segunda pedra podia ser grande ao ponto de ser carregada por dois homens. A pessoa então era lançada abaixo e, se ainda viva, todo o Israel terminava o apedrejamento.
O corpo do homem carnal, sem o Espírito, volta ao pó, do qual foi formado. Quando Deus julgou Adão, sentenciou: “... porque você é pó, e ao pó voltará” (Gn 3.19c). Da mesma forma, todo aquele que recusa a Cristo, como Israel rejeitou, será julgado por ter rejeitado a “rocha da salvação”: reduzido a pó.
Nós, os salvos em Cristo, temos uma esperança, mais que gloriosa, de receber de volta nossos corpos, glorificados! Dessa forma, Jesus será para nós a rocha da salvação; e não a pedra de tropeço como foi para muitos judeus.

A Fina Linha de Separação

Mas onde está a fina linha que separa o ídolo “Sexo” do Deus verdadeiro?
É a diferença entre vida e morte, entre prostituição e santidade. A busca de realização através da prática sexual leva à ilusão frustante e passageira. Enquanto essa mesma busca, quando se volta para Deus, traz realização real, preenchimento das nossas melhores expectativas, é compensadora e constroe um relacionamento para a eternidade.
Essa busca da qual estamos falando, sempre começa movida pelo desejo: de sentir o Senhor, de contemplá-lo, de percebê-lo nos seus atributos conhecendo quem Ele é. Há um mergulho para dentro de si mesmo procurando fazer um contato com Deus, o mais real possível. Queremos sentir seu amor, nos deleitar Nele; tocar e ser tocada pela sua presença. Todo estímulo e distrações externas precisam ser anulados para que aconteça esse momento de intimidade a dois com o Senhor.
Se o estímulo maior que nos leva a adoração é o desejo, o objetivo a ser alcançado é uma entrega, uma rendição gradativa, profunda e completa do nosso ser ao ser amado. Tanto o desejo, quanto a entrega, vão culminar no gozo do Espírito. O próprio Senhor faz esse paralelo entre nosso relacionamento com Ele e o relacionamento humano do noivo com a noiva.
Há um gozo na carne e há um gozo no espírito. A adoração a Deus vai além, centralizando-se não no nosso desejo e sua satisfação, mas centralizando-se no alvo do nosso desejo que é o próprio Deus. Por isso Ele mesmo nos manda amá-lo acima de todas as coisas, com toda força do nosso ser. Quando a carne, com seu egoísmo que só leva à auto-satisfação, ocupa o lugar do Espírito e o subjuga, vai acontecer um desvio no objeto da nossa adoração.
É porque não sabemos adorar em espírito e em verdade que descemos Deus do Seu trono. Ele está alto demais e fica mais fácil adorar algo à nossa altura. A busca da satisfação fácil tem levado a humanidade a uma desenfreada atividade sexual de formas e maneiras as mais diferentes possíveis, na tentativa de satisfazer erroneamente o instinto mais elevado que Deus colocou em nós, da adoração. Ele colocou a eternidade no coração do homem (Ec 3.11b).

A Prostituiçao

A prostituição espiritual se manifesta na prática da prostituição corporal. Logo de início, a Carta de Paulo aos Romanos aborda o tema do homossexualismo, prática comum entre eles.
Hoje o homossexualismo alcançou um índice sem precedentes. Segundo o apóstolo Paulo, essa prática é uma consequência imediata que resulta da atitude dos homens com relação a Deus. Eles não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças. Em vez disso, fizeram outros deuses para si, o que chamamos idolatria – adoração a ídolos.
Além de os entregar ao homossexualismo, por desprezarem o conhecimento de Deus, ele os entregou também a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam (Rm 1.28).
Não reconhecer a Deus, não o adorar, deixa a humanidade aberta à adoração de qualquer outra coisa que pareça ser uma fonte de prazer. Nesse processo, trocam a verdade pela mentira, o Criador pela criatura. Seus pensamentos tornam-se inúteis, fúteis e o coração obscurecido. Isso significa que se tornam insensíveis e sem entendimento para com as verdades espirituais.
A Noiva anseia pelo Noivo, mas a prostituta recebe a qualquer um e a todos. Assim, a pessoa que desprezou a Verdade está aberta a todas as religiões e pensa que todos os caminhos levam a Deus. Isso em parte é verdade porque o Deus que elas conhecem não é o Deus verdadeiro. Para o único Deus Verdadeiro só há um caminho: seu Filho, Jesus Cristo, que entregou sua vida pela nossa salvação.
O afastamento do homem de Deus está chegando ao ponto necessário para autorizar a manifestação do anti-Cristo: “Antes daquele dia virá a apostasia e, então será revelado o homem do pecado, o filho da perdição” (II Ts 2.3).
As religiões do mundo se fortalecem e elas são a voz da prostituta, que oferece sexo como um prazer, para a satisfação somente da carne; atende as nossas necessidades temporais, enquanto enfraquece gradativamente o espírito. Um início que aponta para essa relação entre prostituição cultual e a prostituição física, são as denúncias frequentes de abuso sexual e outras práticas ilícitas nos locais voltados  à práticas idólatras, quer sejam católicos, budistas, hinduístas,islâmicos ou outros. Os que se afastam do Deus Vivo e adoram seus ídolos são entregues à práticas demoníacas e destruidoras.
  
Abrindo Uma Brecha
No Livro de Números, capítulos 23 e 25, vamos ver a narrativa sobre Balaão e Balaque. Balaque, rei dos moabitas, pediu ao profeta que amaldiçoasse  a Israel. Ele simboliza a Satanás. Ele tinha medo do povo de Deus enquanto louvavam, porque assim venciam todas as batalhas. Isso significa que o diabo tem medo também da igreja e tenta passar para nós, seus próprios temores. Na verdade, o diabo nos oprime e nos deixa acuados, porque sabe que, se soltarmos nossa voz, aclamando nosso Rei, ele estará perdido
 Balaão, no entanto, só consegue abençoar o povo porque este dava glórias adorando a  Deus: “... o Senhor seu Deus está com ele (Israel), e no meio dele se ouvem aclamações ao seu Rei” (Nm 23. 21).
A única solução para tranformar a bênção em maldição, foi proposta com grande sucesso. Era preciso desviar essa adoração submissa a Deus, e para isso mulheres gentias foram introduzidas no arraial de Israel. A intimidade e comunhão que eram exclusivas com Jeová, passou a ser dividida com as moabitas (Moabe). Este povo veio a surgir da relação incestuosa da filha de Ló com seu próprio pai (Gn 19.36).
Números 25.1,2: “... começou o povo a prostituir-se com as moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e se inclinou aos deuses delas”.
A praga começou a matar no arraial de Deus e Moisés foi interceder diante do Senhor, juntamente com o povo, para fazer cessar a maldição. Naquele  momento difícil, um israelita leva para o leito uma midianita, cujo povo estava em aliança com Moabe para destruir Israel. O nome dela era Cosbi, que significa enganadora. Era filha de um chefe de clã; filha de um ‘príncipe maligno’. Ela veio com o espírito de engano através da contaminação sexual. De sua relação com o israelita viria filhos da mistura, introduzindo outro povo com seus deuses e costumes em Israel. Mas Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, levantou-se, pegou uma lança e atravessou o casal pelo ventre; então a praga cessou. Ele arrancou o mal pela sua raiz, extirpando filhos espiritualmente amaldiçoados que estavam sendo gerados através daquela relação adúltera, envolvendo os deuses dos moabitas. Assim, ele pos fim à relação entre o povo de Israel e os espíritos malignos que habitavam corporalmente aquelas estrangeiras.

Ídolos do Lar
 “Tendo ido Labão fazer a tosquia das ovelhas, Raquel furtou os ídolos do lar que pertenciam a seu pai” (Gn 31.19).
Esses ídolos do lar, (em hebraico, teraphim), Raquel havia roubado e escondido em sua sela. Eram pequenas imagens de deusas. Supostamente garantiam fertilidade e garantiam a Jacó o direito de propriedade das terras de Labão quando este morresse. É provável que fossem, em alguma medida, os deuses de Raquel, que deles dependia para propósitos religiosos ou de adivinhação.
Também vemos ídolos do lar sendo providenciados pela mãe de Mica, numa história estranha contada no livro de Juízes:
Mica havia roubado o dinheiro de sua mãe, mas diante da maldição que ela rogou sobre o ladrão, ele decidiu devolver. Ela, esperando neutralizar a maldição, que na ignorância lançou sobre o próprio filho, dedicou o dinheiro ao Senhor e ordenou que fosse feita uma imagem de escultura (madeira revestida de prata) e uma de fundição (de prata pura).
“Porém ele restituiu o dinheiro à sua mãe,  que tomou 200 ciclos de prata e os deu ao ourives, o qual fez deles uma imagem de escultura e uma de fundição; e  imagem esteve em casa de Mica” (Jz 17.4).
Mica fez uma casa de deuses (vs 5) e quando passou por ali um levita, ele fez dele seu pai e sacerdote (vs10). Ele o sustentava com roupa e comida e lhe dava um salário anual.
No capítulo 18, a Palavra narra que os homens da tribo da Dã passaram pela propriedade de Mica e  roubaram seu ídolo do lar, levando também seu sacerdote. Esses ídolos ficavam normalmente em lugares protegidos da propriedade. Eram os espíritos-guia da família, ou um espírito familiar, que, supostamente, deveria protegê-los. Em certa ocasião, quando os babilônios fugiam dos persas, iam carregando seus ídolos sobre os animais, enquanto iam para o cativeiro. Seus deuses iam, junto com eles, para o triste destino, ao invés de livrá-los.
Quem carrega ídolos em sua vida, são como esses burros de carga. A palavra diz que até para as próprias mulas era canseira carregar aqueles deuses (Is 45.20,21b; 46.1,2-9). Os ídolos precisam ser carregados pelos homens e são um peso morto, mas o Deus vivo, este nos carrega nos Seus braços poderosos e nos salva.
As famílias ajuntavam suas posses até poder adquirir a prata e o ouro para mandar fabricar as estatuetas, e erguer um altar que era sinal de alguma prosperidade através do qual poderiam atrair ainda mais fertilidade e riquezas.
Ainda podemos ver no Brasil, as capelas e nichos construídos nas fazendas, consagradas aos “santos” católicos. Muitas vezes, todo o povoado ficava sujeito à influência deste mini espírito territorial, o “santo protetor”, o padroeiro. À medida que o arraial crescia, uma capela era erguida e, por fim, chegando à cidade, ganhavam uma praça e sua igreja matriz.
Hoje podemos entender, pelo Espírito de Deus, que o ídolo do lar é aquilo que está bem no escondido da casa do nosso ser. Bem protegido pelo próprio dono que o guarda como alguma coisa de grande valor, na qual deposita toda confiança para obter bênção, sucesso e felicidade.
Somente a luz de Deus pode penetrar nesses cantos escuros do nosso coração para arrancar esses ídolos aos quais nos apegamos e que estão escondidos em nosso interior.


Thursday, August 28, 2014

Filhos por Adoção

Marcia e Nissi em Faridabad (India) - 2010
Filhos Por Adoção

Minha oração nos últimos dias foi para que o Senhor me capacitasse a amá-lo mais e ser mais grata a Ele. A resposta chegou rapidamente numa manhã em que acabava de despertar.
O Espírito Santo me lembrou do fato de que sou uma filha adotiva e de que isso implica em muitas considerações. Me dei conta de que fui alvo de uma escolha.
Por que todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o Espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados (Rm 8.14-17).
Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo (Gl 4.5-7).
Uma filha natural nasce da carne e sangue de seus pais. Não houve escolha envolvida nesse processo - nem da parte da criança e nem da parte de seus pais. O amor, nessa relação, é algo instintivo, colocado pelo próprio Deus e, que se aprofunda e aperfeiçoa com a convivência. Num caso de adoção não: os pais decidem, escolhem amar uma criança entre muitas outras. A criança não tem qualquer poder de influenciar essa decisão. De maneira gratuita, ela é alvo do carinho, do amor e da escolha dos pais que decidem tomá-la para si, levar para sua casa, dar um lar a essa criança. Tomam para si a responsabilidade de cuidá-la, educá-la, num processo de contínua correção e aperfeiçoamento. Todo traço da antiga paternidade, toda hereditariedade deve ser removida, no que se refere às más inclinações, doenças do corpo e da alma. Os pais adotivos querem ver esse filho, não como um estranho, mas como um igual a eles, uma criança que tenha sua semelhança.
Assim também Deus, nosso Pai adotivo, quer nos curar de toda rejeição com seu amor, quer remover todo vestígio do pecado e de suas conseqüências em nossa vida. Nada do velho homem deve permanecer, as coisas velhas ficam no passado e dão lugar às coisas novas. Um novo registro de nascimento é necessário quando acontece a adoção, a criança recebe um novo sobrenome que vai carregar por toda a vida. A criança adotada, legalmente está nascendo de novo, de uma nova paternidade que vai lhe proporcionar uma nova vida!
Certa vez trabalhei numa entidade que possuía um orfanato. Uma menininha, presa a seu berço ou no cercadinho, me cativou de maneira especial e tive que me esforçar para não me apegar muito a ela. Ela sequer tomou conhecimento de que era alvo do meu carinho e preocupação. Estava em meio a tantas outras crianças que, dependiam de voluntários para receber certa dose de carinho e atenção, em dias e horários determinados. Qual o maior sonho dessas crianças, carentes de cuidado e afeto? O desejo mais ardente é de, um dia, ser escolhida para a adoção, possuir um lar e pais que possam amá-las.
Que alegria então, podemos desfrutar, nós, que fomos escolhidos por Deus. Ele nos viu, nos escolheu, nos amou, nos separou para si como filhos adotivos, herdeiros de seu Reino. “Não temais, ó pequenino rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino (Lc 12.32).
Como Pai ele nos tem tratado, moldando o nosso caráter, nos ensinando, nos corrigindo e nos aperfeiçoando, para cada dia mais, nos parecermos com ele.
Quando um casal deseja adotar, é raro que escolha crianças doentes ou imperfeitas, que não possam corresponder às suas expectativas de um desenvolvimento normal. Deus Pai, no entanto, busca para adoção àqueles que são rejeitados, desprezados, doentes e imperfeitos. Ele demonstra assim do que o seu amor é capaz. Seu amor pode operar milagres e Ele receberá toda a glória.
 “... Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.  Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes, tanto maus como bons...( Mt 22.8)
A carta aos Efésios 1.5,6  fecha esse argumento – “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, para o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado”.

 
Boston - USA - Aniversário em 2013 (56 anos)

Monday, August 18, 2014

Encontros no Portão do Éden




O relacionamento foi rompido. Não mais encontros de amor nos finais de tarde. Que saudade, que ausência do amado!
Do lado de dentro do Jardim, o Pai, do lado de fora, o ser humano, Adão e Eva, na mais completa solidão e carência.
Entre eles um portão fechado. Os guardiões e sua espada de fogo guardando a entrada, impedindo o acesso à árvore da vida.
O relacionamento teria que ser concertado, voltar a se falar, restabelecer a comunhão. Isso requeria arrependimento, punição pelo erro. Comer do fruto da árvore da vida eterna, nessas condições, seria perpetuar essa separação, sem chance de um concerto.
 “E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do Jardim do Éden, e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gn 3.24).
Mas a história não terminou aí. Deus, o Pai, vinha vez por outra até o portão conversar com o homem. A Bíblia registra uma das primeiras vezes em que acontece esse encontro, quando o Senhor inicia um diálogo com Abraão. Estabelece com ele uma aliança mediante um sacrifício oferecido por Abraão.
Desde o começo, Deus demonstra que a aliança estava garantida pelo sacrifício de apenas uma das partes. Colocadas as metades dos animais como num corredor, os dois participantes da aliança deveriam passar entre essas partes, como que dizendo: se eu falhar com minha parte no acordo, assim se faça comigo – que meu corpo seja partido como o desses animais. Mas na hora de selar a aliança, somente o Senhor, como um fogo, passou no corredor da morte (Gn 15.17).
Em outra ocasião em que Deus vem ao Portão falar com Abraão, observe que isso acontece novamente num contexto de sacrifício. Abraão concorda em sacrificar seu filho Isaque  oferecendo-o a Deus. Deus então se mostra a Ele como Jeová Jireh, o Senhor que provê o sacrifício, na figura do carneiro que aparece no exato momento no Monte Moriá, preso pelos chifres entre os galhos no meio do mato ,(Gn 22.13). Essa é a figura do Cristo na cruz. Os chifres simbolizam poder, mas na cruz o Filho de Deus abriu mão de seu poder. Também dessa vez, o sacrifício foi providenciado pelo Pai.
De Abraão surgiu um povo diferente que começou a se relacionar com Deus novamente.
Quando Deus mandou que Moisés construísse o Tabernáculo deu instruções detalhadas. Em Êxodo 25.10-22, vemos as instruções de como fazer a Arca da Aliança. Especialmente dos versículos 18 a 22 observe que ele mandou que fossem feitos dois querubins com suas asas estendidas e olhar atento sobre a Arca. Ora, a Arca é um símbolo de Jesus Cristo, a Árvore da Vida, a fonte de vida eterna.
No versículo 22 há algo ainda mais especial: “Ali, virei a ti, e, de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a Arca do Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel”.
Deus começou a vir até o portão com mais frequência, depois que estabeleceu os sacrifícios que deveriam ser oferecidos pelo seu povo. Então, uma vez por ano, o sumo sacerdote poderia entrar no lugar Santíssimo, sem que a espada refulgente tirasse sua vida.
Aquele  portão era o limite, o local de encontro entre Deus e o povo de Israel. Ali ele vinha para falar com Moisés, e mais tarde, com seu povo, através dos sacerdotes, para se relacionar com eles, ensiná-los. Ensinar de que maneira poderiam fazer o caminho de volta, como receber a bênção do Pai e se tornar bênção para todos os demais povos.
Mas esses encontros de amor no portão não podiam durar para sempre. Queríamos mais intimidade, poder frequentar novamente a casa um do outro, desfrutar de um relacionamento mais próximo e permanecer mais tempo com o amado.
Claro que tudo já estava preparado por Deus desde o princípio. O Deus Filho, Jesus Cristo, sai do Jardim, atravessa o portão para oferecer ao homem o fruto da vida eterna, já que nós não podíamos mais chegar até a Árvore da Vida. Ele, Jesus Cristo, sai de sua glória, e embora não tenha pecado, sai também da presença do Pai. Não expulso como nós fomos, na intenção de evitar nossa total destruição. Ele vem por amor. Amor ao Pai e amor a nós. Cai na mesma condição humana, se faz carne, à semelhança de homem pecador, com todas as deformidades causadas em nós pela queda. Entra nesse corpo carnal que nos separa do Deus. Ele vem primeiro à nossa casa, tão imprópria agora para recebê-lo.
Romanos 8:3 – “... Isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado”.
Jesus Cristo veio nos buscar, mas para voltar conosco para dentro do Jardim, para o lugar da glória de Deus, teve que se desfazer desse corpo mortal novamente. Pelo seu sacrifício de amor ele expia nossa culpa. Antes de se desfazer dessa casca de pecado e mortalidade, ele suga em si mesmo toda a sentença de morte, toda a maldição que estava sobre nós. Reentra na presença do Pai e rompe as barreiras de separação que haviam entre nós.
Deus vem então habitar conosco em nosso espírito, e nós podemos voltar ao lugar da habitação de Deus, frequentar o local de sua presença.
O livro de Hebreus fala extensivamente sobre o ministério de Jesus Cristo como nosso sumo sacerdote.
Jesus Cristo tem o ministério da reconciliação de todas as coisas, não mais existe a separação provocada pelo pecado. Assim, os que desejam livremente agora estender a mão e comer do fruto da vida eterna, já podem fazê-lo. Temos livre acesso ao Jardim da Presença de Deus.
Mateus 27.51 narra que, quando Jesus entregou o espírito, o véu do templo se rasgou de alto a baixo, tremeu a terra, fenderam-se as rochas, abriram-se os sepulcros e muitos corpos de santos que dormiam ressucitaram. Essa cortina rasgada é o portão dos céus, aberto novamente, para que tenhamos livre acesso ao Jardim, à presença do Pai.
Jesus Cristo saiu para fora do Jardim, saiu da Presença de Deus. Ele foi sacrificado fora do arraial. “Por isso foi que, também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta” (Hb 13:12).
 Jesus saiu da luz para as trevas para nos buscar do lado de fora do Jardim, nessa dimensão terrena. “A vida estava Nele, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1.4).
Se voltamos ao Jardim, voltamos como crianças, filhos e filhas amados. Ser como criança é sempre querer ser como o Pai. É voltar à inocência. Certo é o que o Pai diz que é certo; errado é o que o Pai diz que é errado. Somos assim abertos para amar, confiar e aprender com o Pai. Não temos a independência e o orgulho de um adulto.
Certa vez, os discípulos de Jesus discutiam quem seria o mais importante entre eles. Jesus então chamou uma criança para seu colo e explicou: “Quem receber essa criança em meu nome, a mim me recebe; e quem receber a mim, recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos, esse é o que é grande” (Lc 9:48).
Nosso senso de importância esta focado de forma errada. Ser grande é ser como o Pai. O menor é aquele que não se sente importante, que não tem um ego grande.Ser importante é ser você mesmo em sua identidade única em Cristo – nem grande, nem pequeno.
 “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18:3).

Jesus, o Bom Pastor
Jesus conta essa parábola, mas seus ouvintes não compreenderam seu sentido. Assim ele começou a explicar.
Falou de si mesmo como o bom pastor, aquele que dá a vida pelas suas ovelhas. Ele reabriu o portão do Éden, nosso acesso às regiões celestiais, para que possamos entrar, passar adiante e encontrar pastagens abundantes.
Ele fala do rebanho de ovelhas que estavam trancadas no aprisco, até que o pastor chega para apascentá-las, levar para as pastagens verdes e águas tranquilas.
O Senhor diz: “Eu sou a porta das ovelhas. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo entrará e sairá e achará pastagem” (vss 7,9).
Ele é a porta no sentido de que através dele foi aberta a passagem para o Pai, para o Reino dos Ceús.
Para este, o porteiro abre as portas. Quem é esse porteiro senão o próprio Deus Pai? Ele abriu essa porta para que Jesus tivesse acesso às ovelhas e viesse a pastoreá-las. O Pai confiou as ovelhas aos cuidados de seu filho.
Jesus disse: “Meu Pai foi quem me deu essas ovelhas e ele é tão poderoso que ninguém mais pode tomá-las de mim. Eu e o Pai somos um” (Jo 10.29,30).
Deus Pai nos deu para Jesus Cristo para que ele nos concedesse vida eterna. Pertencemos a Jesus Cristo e o ladrão não pode mais nos roubar dele. Ninguém pode arrebatar as ovelhas do bom pastor.  
O porteiro só abre o portão mediante a apresentação das credenciais, da senha correta. Sem sacrifício, ninguém podia ir a Deus.
As ovelhas são propriedade exclusiva do verdadeiro pastor que as ama e dá a vida por elas. Ele pagou por elas o preço de sangue e não permite que sejam arrebatadas pelo lobo.
O verdadeiro pastor podia ser identificado porque ele conhece cada ovelha pelo seu nome, de maneira íntima e individual. As ovelhas reconhecem sua voz e pode então conduzí-las para a liberdade.
O verdadeiro pastor, depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai  adiante delas. Ele mostra o caminho e as conduz no caminho bom e seguro.
O verdadeiro pastor, que é Jesus Cristo, dá vida eterna às suas ovelhas. Elas jamais perecerão eternamente, e nem podem ser arrebatadas de suas mãos, estão perfeitamente seguras sob seu cuidado.
Há apenas um pastor verdadeiro, Jesus Cristo, e um só rebanho – as multidões aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.
O portão dos céus foi fechado, ninguém mais poderia entrar porque estávamos contaminados pelo pecado contra Deus.
Muitos tentaram burlar a vigilância, se esgueirar pelas paredes. Mas, todos os que vieram antes dele, afirma Jesus,  são mentirosos, são mercenários que recebem dinheiro para proteger as ovelhas e quando elas estão em perigo, eles as abandonam para morrer.
Quem são esses falsos pastores que não defendem as ovelhas contra o lobo? Eles sobem por outros lugares, na ilegalidade, não são reconhecidos como pastores e, não têm a credencial de um bom pastor, porque nenhum deles esteve disposto a dar a vida pelas ovelhas, uma vez que elas não pertencem a eles.
Não sobem como Jesus subiu, entregando sua vida como sacrifício pelo nosso resgate. Só Jesus Cristo entregou sua vida por nós. Buda, Maomé e todos os demais iluminados que surgiram nessa terra, não estavam sendo iluminados pela verdadeira luz enviada ao mundo por Deus.
Eles têm conduzido a humanidade para portas erradas que vão dar em lugares estranhos, e estranhos encontros na dimensão espiritual. Quantos têm entrado pela porta do engano ao longo de milhares de anos?
Mas as ovelhas que pertencem ao verdadeiro pastor Jesus, não seguem a esses, não se deixam enganar, porque conhecem a voz de seu pastor e confiam somente nele.
As religiões do mundo foram criadas a partir  de mercenários, envolvem troca de interesses. Os adoradores não têm amor pelos ídolos e seus deuses. Estes são servidos e adorados em troca de bêncãos, de favores, visando interesses próprios. Esse é o caminho da prostituição e que afasta o ser humano de  Deus.


Thursday, August 7, 2014

A Branca de Neve, o Príncipe e a Madrasta


A Branca de Neve, o Príncipe e a Madrasta

Foto tirada em Katmandu, no Nepal

Era uma vez, num reino distante, uma família real e feliz. Até que um dia, a rainha veio a morrer e o rei se casou novamente. A nova Rainha era perversa e separou a única filha do Rei, de seu pai, mandando assassiná-lo. Depois de usurpar o trono e o domínio naquela terra, passou a reinar soberana.
Todos os dias ela se exxibia diante do espelho e perguntava: espelho, espelho meu, existe nesse mundo alguém mais linda do que eu? E o espelho fielmente respondia: - Não, minha rainha. Um dia, entretanto, o espelho trouxe uma novidade. Consultado, ele revelou que agora havia sim, alguém mais belo que ela: a Branca de Neve. A menina havia crescido em graça e sabedoria. Furiosa a rainha mandou que fosse morta, mas o plano fracassou.
Não se dando por vencida a madrasta má arquitetou um plano infalível para conseguir seu propósito. Envenenou uma maçã e foi pessoalmente oferecer o fruto envenenado à princezinha. A menina, enganada pela aparência da mulher e do fruto que parecia apetitoso, co
Foto tirada no interior do Nepal
meu e caiu no sono da morte.
A história não termina aí, porque surge o Príncipe Salvador, montado em seu cavalo branco e beija a princesa, despertando-a do sono da morte. Os dois então, juntos, derrotam a madrasta malvada e reinam, felizes para sempre.
Você já ouviu uma história bem parecida em algum lugar?
Havia um anjo conhecido pela sua extrema beleza chamado Lúcifer. Ele era o mais lindo de todos até o dia em que ambicionou o reino e se transformou na figura horrenda da maldade. Ele trabalhou para separar o homem de Deus e ficamos sem nosso pai, nas mãos desse vilão perigoso.
Um dia ele descobriu que havia alguém criado por Deus, mais lindo do que ele: a Branca de Neve; um tipo  da Noiva, a Igreja  com suas vestiduras alvejadas pelo sangue do Cordeiro. Furioso ele ardilosamente traça um plano para enganá-la fazendo comer do fruto envenenado no Jardim do Éden. Sua vítima caiu como morta.
Mas essa história também não termina assim! Surge o verdadeiro Príncipe Jesus Cristo, nos encontra condenados à morte eterna e nos desperta com o seu beijo de amor. Ele nos desposará e reinaremos com ele pela eternidade, felizes para sempre!
Toda a humanidade está debaixo do encantamento de Satanás, com seu entendimento cegado para as coisas de Deus. Comeram do fruto envenenado da árvore do conhecimento do bem e do mal. Estão separados do Pai. Jesus entendia que o homem estava enfeitiçado e por isso crucificou, assassinou o próprio Filho de Deus e autor da vida.
O Senhor Jesus olhou para nós com compaixão e orou: “Pai, perdoa, porque eles não sabem o que fazem!” Do alto da cruz, ele tinha a correta visão daqueles homens enlouquecidos, sendo usados pelos demônios para matá-lo; a ele, que tinha vindo justamente para salvá-los das mãos do diabo. Eles estavam sendo usados contra si próprios, totalmente manipulados em suas mentes entorpecidas pelo pecado.
Só mesmo um príncipe como Jesus, cheio de amor, poderia ver beleza naquela criatura sem vida, encontrá-la e resgatá-la com um beijo.


Tuesday, July 29, 2014

O Mistério da Igreja



O Mistério da Igreja

Fui invadida de vitória e alegria ao pensar que o projeto de Deus para a sua Igreja não fracassou. A noiva está quase pronta, o corpo está quase completo e Jesus Cristo, o cabeça está anunciando continuamente sua volta.  A cabeça vem se unir ao seu corpo!

A Carta aos Efésios nos revela o “Mistério da Igreja” através do Apóstolo Paulo.
“Ele nos revelou o Mistério da Sua Vontade, estabelecida em Cristo, de convergir nele as duas dimensões: terrena e espiritual”. O Filho de Deus e Filho do Homem se manifestou na Plenitude dos Tempos.
Em Colossenses 1.24 o Apóstolo diz: “Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês, e completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo, em favor de seu corpo, que é a Igreja.”
Deus gerou seu Filho extremamente poderoso, deu-lhe a maior autoridade do Universo  e colocou essa cabeça num corpo a que chamou de Igreja (vs 22). Essa cabeça tremenda não pode se expressar sem um corpo. Nós somos o corpo de Cristo, “a plenitude daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância”. Ele se expressa e se completa através desse corpo. Ele se torna pleno e flue através de seu corpo.
Colossenses 2.9,10 concorda – “Pois em Cristo habita corporalmente toda plenitude da divindade, e, por estarem nele, que é Cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude.”
Que cabeça poderosa nós temos! Ele tem autoridade absoluta concedida por seu Pai e nos deu sua autoridade para completar a tarefa nessa dimensão enquanto está assentado reinando  a direita do Pai nas regiões celestiais.  Conforme João 17.23 ele nos deu também Sua glória, a mesma que Ele tinha antes da fundação do mundo. (ver Restituídos da Glória de Deus).
Fomos selados em Cristo com o Espírito Santo da promessa que é a garantia da nossa herança (vs13). Nosso espírito foi lacrado pelo Espírito Santo de Deus até o momento de nosso resgate final. Paulo ora para que Deus nos dê olhos de ver para que possamos conhecer essa ‘esperança’ e qual essa ‘herança’ e também qual ‘a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos’. Esse governo, autoridade, poder e domínio está sendo exercido pela nossa cabeça, Cristo, e se manifesta de maneira plena através de seu corpo, a Igreja.
“Tudo é pela graça de Deus que nos redimiu, nos perdoou, nos deu sabedoria e entendimento para compreender sua vontade. A intenção dessa graça era que agora, mediante a Igreja, através dela, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida nas regiões celestiais” (Ef 3.10-12).
Durante minha oração, o Senhor continuava trazendo maior entendimento sobre a Igreja, o Corpo de Cristo – “O mistério oculto em Deus” que Paulo menciona em Efésios. Oramos pela completação do Corpo de Cristo. Esse Corpo vem sendo formado pela obra do Espírito na terra, através das eras. É composto pelos vivos e pelos que já se foram.
Hebreus 11.39  nos diz que: “Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé; no entanto, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido. Deus havia planejado algo melhor para nós, para que conosco fossem eles aperfeiçoados.”
Efésios 4.7 esclarece que a cada um de nós foi concedida a graça, conforme a medida repartida por Cristo. “Por isso é que foi dito: ...e deu dons aos homens.”
“E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo”.
Sempre olhei com pesar a igreja, tal como a conhecemos. Lamentava a ausência dos cinco ministérios. Pensava num corpo de Cristo confuso e aleijado com todas as distorções provocadas pelo homem. Agora o Senhor me chamou a atenção para Sua Palavra e meus olhos se abriram para contemplar a maravilhosa verdade.
Foi Cristo quem repartiu dons aos homens e foi também ele quem designou os ministérios e a maneira como seu corpo está sendo edificado. A edificação da Igreja não é obra de homens, mas obra do Espírito Santo. “O corpo cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função”.
Por certo que Deus Pai não permitiria que o corpo de seu filho fosse aleijado ou disfuncional. Uma vez que Cristo derrotou a morte em todas as suas manifestações, jamais seria permitida qualquer deficiência em seu corpo.
O próprio Cristo está edificando para si uma igreja perfeita. Efésios 5.25-27 – “ ...assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável”.
A igreja edificada pelo homem é uma fachada que dá para o mundo exterior, mas o interior da casa, só Deus conhece. A verdadeira Igreja é composta pelo homem espiritual, o nascido de novo que ocupa sua função no Corpo de Cristo. Dizemos o corpo místico de Cristo, o Filho de Deus e não o corpo de Jesus, de carne e osso, adequado para essa dimensão. O homem carnal, as estruturas terrenas não entram na constituição do corpo de Cristo.
Os líderes humanos criaram sua própria maneira de edificar suas denominações a que chamamos igreja. Toda estrutura que tenha sido construída fora dos parâmetros e padrões estabelecidos por Deus não faz parte da estrutura do corpo de Cristo.
Fui invadida de vitória e alegria ao pensar que o projeto de Deus para a sua Igreja não fracassou. A noiva está quase pronta, o corpo está quase completo e Jesus Cristo, o cabeça está anunciando continuamente sua volta.  A cabeça vem se unir ao corpo!
O gemer do Espírito, do Homem e da Natureza está para se transformar em gozo! Está perto o momento da manifestação dos filhos de Deus, a redenção do nosso corpo através da redenção do Corpo de Cristo. A hora vem, e já chegou, em que nossos corpos individuais redimidos e glorificados estão para formar o Corpo do Cristo glorificado.
João Batista veio preparar a primeira vinda do Messias à essa terra. Ele era filho do sacerdote Zacarias, mas abandonou o sacerdócio e trocou sua herança paterna por uma herança infinitamente maior de seu Pai celestial. Assim como Deus usou um profeta de fora da estrutura religiosa da época, eu creio que Deus também vai usar ministros de fora da atual estrutura criada pelo homem, levantados, chamados e ungidos pelo próprio Senhor para desempenhar as funções estratégicas que vão viabilizar a segunda vinda do Messias, o Cristo de Deus.
Quando se trata de executar seus propósitos para a humanidade, Deus nunca falha, mesmo quando o homem falha.







Sunday, June 29, 2014

Ventos do Espírito


O Vento do Espírito 

Aniversario na Bolívia

“... E o Espírito de Deus se movia sobre as águas”. (Gn 1.2).
O Espírito de Deus é o próprio Espírito de Cristo. Jesus Cristo se move e é carregado pelo vento do Espírito.
Assim como o vento carrega e espalha as sementes; o vento do Espírito transporta a Palavra de Deus que é Jesus.
Quando o vento sopra, o que era velho se faz novo; o que era antes é removido; as folhas velhas são levadas pelo vento. O vento pode ser usado para limpar e trazer coisas novas; para revestir com poder (o furacão carrega muito poder); limpar os céus ou trazer as nuvens de chuva que lavam a terra.
A palavra espírito tem a ver com o sopro da nossa respiração. Deus assoprou o seu Espírito nas narinas do homem.
O vento do Espírito transporta a Palavra criadora de Deus, Jesus Cristo, que transforma o caos da terra em vida.
Quando o Espírito de Deus entra em nossas vidas ele coloca ordem no nosso abismo e escuridão do pecado. A luz de Jesus Cristo traz uma nova ordem de coisas no nosso interior. Permanecem ainda os céus e a terra, as trevas e a luz.
Deus fêz separação! Jesus Cristo transformou todo o caos da terra em vida. Provisoriamente Ele coloca em ordem todos os elementos e faz separação entre trevase luz; entre noite e dia. O mal não é removido até o dia estabelecido por Deus para que isso ocorra, quanto tudo se fará novo.
Haverá uma nova criação e nós, que estamos em Cristo, já somos parte dela. Já não haverá maldição nenhuma. Não haverá noite (Ap 22.3-5). Deus será tudo em todos (I Co 15.28). Agora, no presente momento estamos separados do mundo; selados pelo Espírito de Deus.
Estamos escondidos em Cristo: “Pois vocês morreram e agora a sua vida está escondida com Cristo “em Deus” (Cl 3.3-4).
Quando Deus reordenou os elementos na terra e criou o ambiente onde colocou o homem, Ele já sabia que seria provisório; que tudo isso teria que ser submetido ao Plano da Redenção. Do ponto de vista da Onisciência de Deus, Ele fêz tudo perfeito do começo ao fim. O Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo como nossa provisão (Ap 13.8; 17.8;Cl 1.15).
Deus soprou o vento do seu Espírito e as águas do dilúvio baixaram separando as águas da terra seca. Assim recomeçou a história do homem.
O vento soprou e abriu o Mar Vermelho. Assim recomeçou a história de Israel.
O vento soprou no dia de Pentencostas. Assim começou a história da Igreja.
Quando o vento sopra em nossa vida, tudo se faz novo. A sua história recomeça.
“Ouvindo o homem e a mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo jardim, quando soprava a BRISA do dia” (Gn 3.8). A presença do Senhor vinha como um vento. O mesmo vento que entrou pelas narinas do homem; o mesmo vento que mais tarde soprou no dia de Pentencostas: “Ele os batizará com o Espírito Santo e fogo ... juntando o trigo no celeiro, mas queimará com fogo a palha...”
O Vento é necessário
Muito embora Deus não tenha eliminado a noite, ele não criava nada no período de ‘ausência dae luz’. Deus também não opera nas trevas da nossa carnalidade. Ele não trabalha com o velho homem, o homem terreno.
Deus opera no dia do nosso ser; no homem celestial. “Meu pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando” (Jo 5.17).
“Enquanto é dia precisamos realizar a obra daquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém mais pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (Jo 9.4).
“O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com o que é nascido do Espírito” (Jo 3.8).
O Senhor se move nesse vento; nós nos movemos nesse vento, limpando, renovando, revestindo e levando novidade de vida.
Quando alguém é batizado no Espírito, inspira esse vento e a semente que ele traz se deposita no seu ventre.
O Espírito pairava e a Palavra liberada pelo Pai fêz vir à exostência todas as coisas dessa dimensão: “Haja luz!”.
Por isso, quando alguém é batizado pelo Espírito, recebe também a Palavra, a língua espiritual. Quando falamos em línguas estamos edificando a nós mesmos e, portanto, edificando o Corpo de Cristo, a Igreja, trazendo à existência o Reino de Deus nessa dimensão, nessa terra.
O vento desloca, movimenta, toca para diante. Você, nascido de novo, se move nesse vento.
“Assim como o Pai me enviou, eu os envio.  Com isso soprou sobre eles e disse: recebam o Espírito Santo” (Jo 20.21,22).
Assim como Jesus veio no “Vento de Deus”, movido e guiado por esse vento; Ele também nos envia na força desse vento.
“... de repente, veio do céu um som, como de um vento muito forte e encheu toda a casa ... Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar novas línguas” ((At2.1.2). O vento do Espírito espalha o bom perfume de Cristo sobre toda a terra.
O Espírito é o que nos envia levando a Palavra (At 1.8). Quando alguém é cheio pelo Espírito tudo mais fica de fora. Sem ar, nossos pulmões murcham e morremos. A camada de oxigênio ao redor da terra, que conhecemos como ar, é o que mantém a vida.
Os quatro evangelhos apontam para as quatro manifestações de Cristo; as quatro faces dos querubins.
Neles temos representada toda a criação em seus elementos: Mateus – fogo; Lucas – água; Marcos – terra; João – ar. Cada face de animal englobando toda a criação: Leão, o rei dos animais selvagens; o Homem, representando a raça humana; o novilho ou boi, representando os animais domésticos; e a águia, representando os pássaros.
Em Mateus ele é o Leão da Tribo de Judá, revelação do Messias para os judeus. Em Marcos ele é o servo, revelação para os romanos. Em Lucas ele é o salvador, o filho do homem, revelação para os gentios. Em João, Jesus é o Rei, o filho de Deus, revelação para a Igreja, da mensagem universal do amor. No primeiro capítulo do evangelho de João, Jesus é batizado pelo Espírito Santo.
“Então Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o Senhor afastou o mar e o tornou em terra seca, com um forte vento oreintal que soprou toda aquela noite” (Ex 14.21).
O Espírito de Deus em Gênesis, também pairava sobre a face do abismo. Trevas cobriam a face das águas. Assim também na travessia do Mar Vermelho. Era noite e o Espírito assoprou até que houvesse separação entre águas e terra seca; entre o Egito e o povo de Deus.
É o Espírito de Deus com seu sopro  que sepra carne e espírito; a natureza caída do velho homem egípcio, da nova natureza restaurada de filhos de Deus.
“... e enviou um vento sobre a terra e as águas começaram a baixar” (Gn 8,1). Após o dilúvio, novamente o ‘vento’ aparece fazendo novamente separação entre as águas e a terra seca para ecomeçar a história do homem sobre a terra.
O vento soprou para recomeçar a história de Israel e a história do povo de Deus.
Vento Oriental – Queimou as espigas (Gn 41.6,23,27). Trouxe gafanhotos (Ex 10.13). Abriu o mar (Ex 14.21). Sopraste o teu vento (Ex 15.10). Quebra as naus de Társis (Sl 48.7).
Vento Ocidental – Levou os gafanhotos ((Ex 10.19; Sl 18.10; Sl 104.3).
“E subiu sobre um querubim e voou; e foi visto sobre as Asas do Vento” (II Sm 22.11).
“E apareceram as profundezas do mar e os fundamentos do mundo se descobriram; pela repreensão do Senhor, pelo sopro do vento de suas narinas” (II Sm 22.16).
O Espírito do Senhor revela as profundezas de todas as coisas.
“Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Lc 8.25 e Mc 4.39,41). Demônios também se movem nos ventos, causando furacões e tempestades.
“Levanta-te vento norte e vem tu, vento sul – assopra no meu jardim, para que destilem seus aromas” (Ct 4.16).
“Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, uma grande nuvem, com um fogo revolvendo-se nela, e um resplendor ao redor...”(Ez 1.14).
Você pode ser movido pelo vento do Espírito ou pode ser atribulado pelos vendavais da vida. Você pode ter o vento ocidental que leva embora os gafanhotos de sua vida ou ser acossado pelos ventos orientais que trazem os gafanhotos, que queimam e destroem toda a plantação e toda a colheita.
Os hebreus reconheciam os quatro ventos: norte,sul, leste e oeste. O vento norte limpa o ar. É fresco e úmido (Ct 4.16). O vento sul aquece a madurece as colheitas. O vento oriental é tempestuoso; vem do deserto e traz a seca (Jo 1.19; is 21.1); Jr 4.11; Zc 9.14; Sl 48.7). O vento ocidental traz fortes chuvas (Ex 10.19) e levou embora os gafanhotos.