Monday, June 23, 2014

Maria, A Intercessora de Jesus Cristo






Maria

A Intercessora de Jesus


Mateus 26:6-13 (João 12:3-8; Marcos 14:3-11; Lucas 7:36) – Ora, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher, trazendo um vaso de alabastro cheio de precioso bálsamo, que lhe derramou sobre a cabeça, estando ele à mesa. Vendo isto, indignaram-se os discípulos e lhe disseram: para que este desperdício? Pois esse perfume podia ser vendido por muito dinheiro, e dar-se aos pobres. Mas Jesus, sabendo disto, disse-lhes: por que molestais esta mulher? Ela praticou boa ação para comigo. Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim, nem sempre tendes; pois, derramando este perfume sobre o meu corpo, ela o fez para meu sepultamento. Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo este evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua.
Essa Maria era a irmã de Marta e Lázaro. Essa passagem consta nos quatro evangelhos confirmando o que Jesus disse sobre o anúncio do ato de Maria: que seria contado o que ela fez em todo o mundo. É surpreendente que sua atitude, que tanto agradou a Jesus, irritasse, na mesma intensidade, o diabo. Ela estava apenas intercedendo e expressando adoração ao Messias pelo sofrimento que se aproximava. Essa era a última semana antes de sua crucificação e aparentemente, somente Maria, que estava muito perto do coração de Jesus, conseguia crer em suas palavras e compartilhar de sua dor.
 Nesta passagem, no Evangelho de João, diz que Judas Iscariotes foi quem instigou a murmuração contra Maria. Exortado por Jesus, que se posicionou em defesa dela, ele tomou a decisão de consumar a traição ao seu mestre.
Essa ação espiritual de Maria foi uma afronta à carnalidade de Judas e impulsionou sua decisão de trair Jesus. Foi a partir daquele momento que ele se dirigiu ao templo e contratou a traição por 30 moedas de prata.
O motivo de Judas incluía avareza e talvez amargura contra Jesus por não atender sua expectativa de um Messias político. O diabo usou as ambições pessoais de Judas para alcançar seus objetivos. Quantas vezes o diabo usa nossas ambições pessoais que envolvem a obra de Deus, para alcançar seus objetivos: levar-nos a trair a causa do mestre?
Vemos nessa passagem duas atitudes opostas: ambição e doação, generosidade. O que seria mais forte: o amor e a intercessão de Maria contra as forças da morte; ou o ódio de Judas? Satanás estava disposto a medir forças naquela hora.
Ao ungir Jesus, Maria lutava contra os efeitos da morte sobre o mestre, mas o diabo respondeu ao desafio decretando, através da traição de Judas, a morte do Messias.
Porque Maria ungiu Jesus com o óleo perfumado?
Simples: essa era uma prática comum nos sepultamentos. Nós tomamos banho diariamente e embora isso não resolva o problema da decomposição do nosso corpo, funciona para controlar a situação. Nosso corpo vai trabalhando, se desgastando, envelhecendo a cada dia. Nesse processo, ele produz uma série de substâncias mal cheirosas. Quando morre, o processo de decomposição se acelera de uma forma inevitável com conseqüente mal cheiro.
Na cultura judaica havia profundo respeito pelos seus mortos. A lavagem e a preparação do corpo para o sepultamento era muito importante, pois consideravam-na uma demonstração de amor. Quando preparavam o corpo não tinham em mente a preservação dele, mas desejavam que se descompusesse o mais lentamente possível. Envolviam-no em panos e colocavam junto, grandes quantidades de perfumes e especiarias para neutralizar os odores da decomposição. Além disso, ainda depositavam especiarias ao lado do corpo.
Na antiguidade era costume as visitas periódicas ao túmulo, no primeiro ano após a morte.
Na verdade, Maria estava tentando afastar de Jesus o mal cheiro produzido em nós pelo pecado e pela morte. O óleo e a unção falam do Ministério do Espírito Santo. A unção despedaça o jugo produzido pelo pecado. Jesus agora estava visivelmente ungido para despedaçar todo jugo da morte sobre ele mesmo e sobre as nossas vidas.
O bom perfume do bálsamo estava para tragar todo o cheiro de morte. O sacrifício de cheiro agradável de Jesus, estava para afastar para sempre, das narinas do Pai, o mal cheiro de nosso pecado.
 Eles colocavam o corpo sobre uma laje até que ficassem somente os ossos que eram transportados para caixas ossuárias. Os judeus não tinham esse hábito ocidental de enterrar o morto.
José de Arimatéia e Nicodemos, os homens que se encarregaram do sepultamento de Jesus, eram abastados e providenciaram um sepultamento caro para o Messias. Eles colocaram junto ao seu corpo cerca de 35 quilos de mirra e aloés.
Maria se antecipou e derramou o equivalente ao salário ganho em um ano. O bálsamo de nardo era um dos perfumes mais caros da época, pois era fabricado a  partir de uma planta de flores rosadas, cultivada no norte da Índia e talvez no Himalaia.
Ela pegou um pequeno frasco cheio desse bálsamo, quebrou o gargalo dele, e derramou o precioso líquido sobre a cabeça de Jesus. Mesmo levando-se em conta a forte cobiça de Judas é normal que ele, com os demais discípulos, tenha ficado chocado com o feito dela.
Era o que ela tinha de mais precioso, talvez garantisse seu dote de casamento. Derramando o que tinha de mais valioso ela demonstrou entendimento de que Jesus iria derramar o que tinha também de mais precioso – sua própria vida. Como o bálsamo vertido, assim a vida de Jesus era um bom perfume, um sacrifício de cheiro agradável que seria derramado para Deus. Nossa adoração é um sacrifício de cheiro agradável.
Como intercessora, Maria estava saindo à frente na tarefa de preparar Jesus para seu sepultamento, como ele próprio afirmou. O intercessor consegue controlar, reverter ou minorizar os efeitos. Maria pensava: não vou deixar seu corpo se decompor. E ela conseguiu isso. Foi um ato profético. O corpo de Jesus não viu corrupção.
O intercessor não consegue evitar a situação, mas consegue anular o efeito destruidor da mesma. Maria estava agindo para impedir o efeito destruidor da morte sobre o corpo de Jesus. Realmente a morte não o destruiu; mas foi ele quem destruiu a morte ao passar por ela.
Atos 13:35,37 - ... Não permitirás que o teu Santo veja corrupção. Porém, aquele a quem Deus ressuscitou, não viu corrupção.
Ela se antecipou em chorar a morte de Jesus. Entendia o que estava para acontecer e tentava confortar o Senhor. Lavar os pés do hóspede convidado era uma prática de hospitalidade na cultura judaica que visava o bem estar e, consolo para os pés cansados e empoeirados da caminhada.
João 13Se não te lavar os pés, você não tem parte comigo. Isso disse Jesus a Pedro enquanto lavava os pés dos discípulos.
Fazendo assim, o anfitrião estaria honrando seu convidado e estabelecendo amizade, intimidade e comunhão.
Deixar os pés molhados seria fazer pela metade; era preciso envolvê-los numa toalha macia completando a sensação de conforto. Maria não só ungiu com óleo para curar as feridas e rachaduras, mas também os secou com seus próprios cabelos. O cabelo é o que cobre e protege nosso corpo. Ela, de maneira figurada, retirou parte de sua própria proteção para estendê-la sobre Jesus, oferecendo proteção e cobertura a Ele através dessa intercessão a Seu favor. Ela tomou sobre si parte da carga que o Senhor levava naquele momento. O fato de lavar os pés de Jesus com óleo perfumado significou também, que ele se despedia de sua caminhada terra.
Logo em seguida vem a narrativa da Páscoa; a instituição da Ceia, a narrativa da traição. A Palavra diz em Mateus 26:31: Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas.
Dar o Dinheiro aos Pobres
Nós podemos servir a Deus de muitas maneiras usando nossos recursos materiais e espirituais. Maria decidiu servir derramando o perfume da adoração e intercessão diretamente sobre Jesus. Ela poderia ter investido em obras sociais. Deus se agrada em que os pobres sejam socorridos; é preciso que as obras práticas do Reino sejam feitas. Mas Ele se agrada muito mais quando direcionamos nossos recursos a ele mesmo.
O fazer fica com Marta. Talvez ela repreendesse sua irmã como os demais discípulos. Pegaria o dinheiro e providenciaria as coisas necessárias para o jantar especial de despedida, ou investiria num bom túmulo para Jesus.
Mas coisas necessárias, nem sempre são coisas vitais. A intercessora Giane, de nosso Ministério, veio a mim com essa preocupação. Ela queria saber de Jesus se ela era parte necessária ou parte vital de Seu corpo. Achei muito interessante seu questionamento.
Veja, no nosso corpo, como no Corpo de Cristo, que é a Igreja, temos partes necessárias (todas elas são) e temos partes vitais. O pé é necessário e se faltar vai fazer enorme diferença; da mesma forma as mãos, os olhos... Mas você ainda continua vivo sem eles. Já o coração, por exemplo, é arte vital do corpo; sem ele não há mais possibilidade de vida.
Que parte deste corpo de Cristo você quer ser?
Parte necessária, ou parte vital?
Quando Jesus falou com Marta, em Lucas 10:39 ele exortou-a. Era  ativista e se queixava de Maria, por deixá-la sozinha nas atividades. Jesus disse que Maria fez a escolha certa. Ela escolheu a boa parte: permanecer junto de Jesus. E acrescentou que isto não lhe poderia ser tirado.
Maria escolheu servir a Jesus numa vida de comunhão com ele, simplesmente permanecendo em sua presença. Marta, ocupada em fazer coisas para o Senhor, poderia ocasionalmente ser substituída por outra pessoa nestas tarefas. Outros podem lhe tirar o ministério, o cargo, a função dentro da igreja, mas ninguém pode te tirar o Ministério da Oração e Intercessão. Podem até disputar sobre as outras coisas: quem vai ser o quê; quem vai fazer o quê; mas ninguém disputa com você sua vida de oração e intercessão na presença do Senhor.
Na verdade, as pessoas pensam que você, como Maria, não está fazendo nada que realmente importa; que você não está ajudando, como disse Marta, porque não são obras visíveis. Assim como o pé é visível, mas apenas necessário, o coração está fora de nossas vistas, mas é vital e jamais interrompe sua atividade.
O Ministério do intercessor é vital; sem ele, o corpo morre. Vender o bálsamo, transformar o que é apenas um bom cheiro em dinheiro, seria valorizar o material, as coisas da terra, o que impressiona e tem valor diante dos homens; valor prático. Mas Jesus preferiu, e prefere, o bom perfume de nossas orações e adoração. Ninguém vê, mas sobe com facilidade para as regiões celestiais; é um investimento eterno. Por isso Jesus disse que a atitude de Maria deveria ser lembrada, deveria ser um exemplo para nós, do que realmente importa para Deus.
Lucas 7:36 fala de outra mulher que também lavou os pés de Jesus com suas lágrimas e os secou com seus cabelos. Ela estava na casa de outro Simão, um fariseu, que havia negado a Jesus as regras básicas de hospitalidade. Deveria se receber um convidado com ósculo santo (beijo), dar a água para lavar os pés empoeirados, depois de retiradas as sandálias. Era comum por razões de higiene e de generosidade do anfitrião.
Quem sabe honrar o Pastor Jesus, vai saber honrar seus representantes aqui na terra. Saberá ungir os que foram ungidos por Deus, com o bálsamo perfumado das orações, saberá lavar e enxugar os pés cansados da caminhada de seguir o mestre.

Quando Servir é Ser Como o Mestre
João 13:8

Na casa de Maria, em Betânia, era o único lugar onde Jesus podia ir para receber e não apenas para dar. Eram amigos pessoais do Senhor. Betânia significa “casa do aflito” e essa era a condição de Jesus, afligido pelo peso de sua missão e necessitado de um lugar de descanso, conforto, refúgio e hospitalidade. O Mestre escolheu passar naquela casa as últimas semanas que antecederam a sua crucificação. Maria se identificou com o que Jesus sentia, por isso, ele pode encontrar nela, uma aliada naquela batalha e conforto, naqueles dias decisivos de seu ministério aqui na terra.
O capítulo 13 do Evangelho de João começa narrando os acontecimentos imediatos que antecederam a celebração da última Páscoa por Jesus. Justo este Evangelho, que revela Jesus Cristo como o Filho de Deus, vai ser o único a narrar o que Ele fez durante a ceia: lavou os pés de seus discípulos, inclusive de seu traidor, Judas Iscariotes.
Essa seria a última lição, o último ensinamento de Jesus a seus discípulos antes da sua crucificação. João 13:15: Eu lhes dei o exemplo para que, como eu vos fiz, façais vós também.
Em Mateus 20, o Senhor já havia ministrado sobre o assunto: vss. 26-28Não é assim entre vós; pelo contrário; quem quiser tornar-se grande entre vós será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do homem que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
Maior é o que serve, porque o que serve tem algo a oferecer ao que simplesmente recebe. E o que recebe se torna devedor àquele que lhe deu. O servido torna-se devedor e dependente daquele que o serviu ou serve. A generosidade é um atributo dos grandes. Ninguém jamais poderá dar mais que o próprio Deus que nos deu seu precioso filho em sacrifício vivo de amor para nos salvar, para quitar uma dívida que era nossa.
O próprio Rei Salomão, ao ser servido pela Rainha de Sabá com todos os presentes que lhe trouxera, não permitiu que ela se tornasse maior do que ele, devolvendo a ela um número superior de presentes e dádivas e deixando que ela escolhesse o que lhe agradasse em seu reino para levar com ela. Mais ele tinha para dar a ela do que o que recebeu.
E essa atitude nos remete ao próprio Senhor do Universo que demonstra Sua grandeza não retendo para si mesmo tudo o que é Seu, mas antes, nos fazendo herdeiros de todas as coisas em Cristo Jesus. Lucas 12:32Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o Seu reino. Em nossa pequenez, nossa grandeza se mostra apenas quando manifestamos a devida gratidão.
Podemos olhar a situação de muitos ângulos para aprender essa verdade. Numa relação médico-paciente, quem serve é o doutor e quem é alvo dos cuidados é o doente. Entretanto, quem dos dois é o maior? Quem tem maior honra? Não resta dúvida de que é o médico, ou o enfermeiro, ou o dentista, ou o pastor, ou os pais e assim por diante.
Quem tem o privilégio? O que empresta, o que dá, ou o que pede emprestado, o que recebe? Até mesmo nas relações comerciais prevalece a regra de que mais abençoado é dar que receber. Diz o povo: quem não serve para servir, não serve para viver.
Na verdade somos todos servos de Deus, tendo o privilégio de ter nosso amor e adoração para oferecer a Ele. Somos ministros de Deus, e a palavra ministério não significa outra coisa senão que serviço. Todos somos criados para sermos úteis de alguma forma e só encontramos alegria quando estamos servindo; essa é a chave para a felicidade. Quem vive somente em proveito próprio logo terá que enfrentar o vazio, a falta de realização, a depressão, a sensação de inutilidade que nos faz infelizes.
Quando o Filho de Deus lavou os pés de seus seguidores, esbarrou com a falta de entendimento de Pedro que protestou: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar os pés não tens parte comigo (cap.13:8).
A lição era abrangente. O Mestre escolheu aquela maneira para dizer que, dali para frente, eles caminhariam em total dependência dele. A água, símbolo da Palavra Encarnada, estaria envolvendo seus pés na caminhada. Eles estavam em dívida para com Aquele que acabara de assumir o papel menor de criado, de escravo da casa, lavando seus pés. Estavam para sempre ligados na dependência de Seus cuidados.
O orgulho se manifesta em nossa incapacidade de receber, porque não queremos admitir necessidade ou dependência. Preferimos pagar pelo que queremos. Dever favor a alguém significa se colocar nas mãos de seu credor. A qualquer momento ele pode requerer também um favor de que necessita, e não poderemos escolher a hora, o lugar, ou em que moeda o favor prestado deverá ser pago.
A ninguém fiqueis devendo coisa alguma a não ser o amor, disse o apóstolo Paulo (Romanos 13:8). Ele sabia bem o que estava dizendo. Essa coisa alguma pode ser inclusive o perdão. Se devemos perdão a alguém estamos em má situação. Os cobradores vêem de todas as partes e igualmente não nos perdoam e querem receber a dívida de qualquer maneira. São os verdugos de (Mateus 20:33.34). Como o dono do perdão é o próprio Deus, ele nos empresta essa capacidade como um bem a ser disponibilizado gratuitamente sempre que necessário. Assim, quando devemos o perdão a alguém, estamos em falta com o próprio Deus que libera os cobradores para entrar em ação.
O próprio Lúcifer, criado para servir a Deus, caiu da luz para as mais densas trevas quando julgou inapropriada sua condição de servo que tanta honra lhe atribuía. Deixou de servir a passou à exigência de ser servido e adorado. Perdeu o propósito para o qual fora criado, perdeu-se em seu orgulho e ambição, quando poderia permanecer exaltado na sua condição de mais perfeito e belo, se houvesse preservado e cultivado as virtudes opostas da humildade e generosidade.
Podemos servir a Deus e dar a Ele sem limites, porque jamais Ele vai ficar nos devendo coisa alguma. E, conforme ensinou o próprio Jesus, quando servimos aos mais necessitados e àqueles que não podem nos retribuir, a retribuição ficará à cargo do próprio Deus que, sem dúvida, jamais poderá ser excedido em generosidade (Lucas 14:13,14).
Fotos tiradas na China em 2009, à beira do Lago Qing Hai na Província de Qing Hai. O maior lago de água salgada em grande altitude nas montanhas do Tibet. Na regiao do lago, imensas dunas de areia; na margem oposta, montanhas com seu topo coberto de neve.

 




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